Dependência de fertilizantes russos deixa Brasil vulnerável a novas taxações dos EUA
Encerramento de fábricas nacionais e aumento das importações expõem o agronegócio a riscos geopolíticos e econômicos; Dependência de fertilizantes russos deixa Brasil vulnerável a novas taxações dos EUA
Encerramento de fábricas nacionais e aumento das importações expõem o agronegócio a riscos geopolíticos e econômicos; Dependência de fertilizantes russos deixa Brasil vulnerável a novas taxações dos EUA O Brasil, um dos maiores produtores agrícolas do mundo, enfrenta um desafio estratégico que vai muito além do campo: a crescente dependência de fertilizantes importados, especialmente da Rússia. Esse cenário não só compromete a segurança da produção nacional, como também deixa o país vulnerável a possíveis retaliações comerciais dos Estados Unidos, que já começaram a impor tarifas a nações que mantêm relações comerciais com Moscou. Como o Brasil chegou a dependência de fertilizantes russos A trajetória de dependência ganhou força a partir de 2016, quando a Petrobras decidiu encerrar sua atuação na fabricação de fertilizantes. Nos anos seguintes, três unidades foram arrendadas ou fechadas, e uma quarta, em Três Lagoas (MS), foi vendida ao grupo russo Acron — negócio desfeito após o início das sanções à Rússia devido à guerra na Ucrânia.
O resultado foi uma queda expressiva na produção interna: de 9,3 milhões de toneladas em 2013 para 7,7 milhões atualmente, enquanto o consumo saltou de 30 para 45 milhões de toneladas. window._taboola = window._taboola || [];
_taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Com isso, as importações dispararam. Hoje, mais de 90% dos fertilizantes usados no Brasil são importados, e a Rússia lidera como principal fornecedora. Em 2024, os russos responderam por 53% do fosfato monoamônico, 40% do cloreto de potássio e 20% da ureia consumidos no país. Risco de tarifas dos EUA O aumento da dependência russa ocorre em um momento de escalada nas tensões comerciais. Em julho, o presidente norte-americano Donald Trump ameaçou aplicar sobretaxas de até 100% sobre produtos de países que comprem insumos como fertilizantes, petróleo e gás da Rússia. No início de agosto, a Índia foi a primeira a sentir o impacto, com tarifas elevadas para 50%. Segundo o consultor Carlos Cogo, essa dependência torna o Brasil “vulnerável” a movimentos semelhantes. Caso as sanções avancem, os custos de produção agrícola podem subir significativamente, com reflexos diretos no preço dos alimentos para o consumidor. Por que o Brasil importa tanto fertilizante A combinação de fatores geológicos e econômicos explica essa dependência:
Baixa disponibilidade de matérias-primas: o Brasil não possui reservas significativas de potássio e apresenta limitações na extração de fósforo de alta qualidade.
Indústria nacional pouco competitiva: a produção de nitrogenados exige gás natural barato, algo que países como Rússia, Catar e EUA oferecem, mas que no Brasil tem custo elevado, chegando a US$ 14–15 por milhão de BTU, contra uma média internacional de US$ 7.
Demanda elevada: solos tropicais, como os do Cerrado, são naturalmente pobres em nutrientes e sofrem lixiviação intensa devido às chuvas, exigindo adubação frequente para manter a produtividade.
Além disso, a logística interna encarece a produção nacional, tornando muitas vezes mais barato importar do que produzir internamente.
O peso do agro nessa equação A necessidade de fertilizantes é especialmente alta em cultivos de exportação como soja, milho, café, cana-de-açúcar e algodão, que sustentam o saldo da balança comercial brasileira. A elevação de preços ou restrições no fornecimento ameaça diretamente a competitividade desses produtos no mercado global. Caminhos para reduzir a dependência de fertilizantes russos O Brasil possui um Plano Nacional de Fertilizantes, criado em 2022, que prevê elevar a produção doméstica para 45%–50% da demanda até 2050, com investimentos de mais de R$ 25 bilhões até 2030. Paralelamente, a Petrobras anunciou um plano de US$ 900 milhões até 2029 para reativar fábricas na Bahia, Sergipe e Paraná, podendo suprir cerca de 35% da demanda de ureia até 2028.
Foto: DivulgaçãoNo campo diplomático, alternativas como Canadá, Marrocos, Nigéria e países do Oriente Médio estão no radar como possíveis novos fornecedores, embora disputados por outras nações também interessadas em reduzir a exposição à Rússia. Dessa forma, a dependência de fertilizantes russos não é apenas um problema econômico — é uma vulnerabilidade estratégica que afeta diretamente a segurança alimentar e a competitividade do agro brasileiro. Entre a pressão geopolítica dos EUA e a necessidade de manter altos níveis de produtividade, o Brasil se vê diante de um dilema: acelerar a produção interna ou correr o risco de ver sua agricultura, “menina dos olhos” da economia, pagar caro por escolhas passadas.
Por: Redação
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