A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contestou o pedido da PF (Polícia Federal) ao STF (Supremo Tribunal Federal) para manter agentes dentro da residência onde ele cumpre prisão domiciliar.
O advogado Paulo Cunha Bueno disse nesta 3ª feira ( que a solicitação contradiz decisão anterior do ministro Alexandre de Moraes, que havia autorizado apenas o policiamento externo da residência.
Segundo Cunha Bueno, o pedido deixa “a impressão de querer gerar um constrangimento desnecessário”.
“É uma medida constrangedora, desnecessária e contrária à decisão do ministro que preservou a inviolabilidade do domicílio, lembrando que na casa vivem o presidente Bolsonaro, a filha, a esposa e a enteada”, disse à CNN.
A PF justificou seu pedido alegando a necessidade de assegurar o cumprimento da prisão preventiva e evitar possíveis fugas. Segundo a corporação, falhas temporárias no sinal poderiam criar brechas que facilitariam tentativas de fuga sem detecção imediata.
O pedido da Polícia Federal ao STF inclui a presença permanente de agentes dentro da casa do ex-presidente, diferentemente do atual esquema de vigilância externa. O ministro Alexandre de Moraes ainda não definiu quando analisará a solicitação.
Familiares e aliados políticos de Bolsonaro também se manifestaram contra a medida. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) questionou: “Monitorar chefes do tráfico que comandam crimes dentro das cadeias? Não. Mas mobilizam todo o aparato estatal para perseguir um rival político que nunca foi condenado”.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) classificou a solicitação como humilhação desnecessária. “Eles não se cansam de criar situações para impor constrangimentos. Bolsonaro vai ser livre novamente, e, se Deus quiser, presidente em 2027”, declarou.
O vereador Jair Renan Bolsonaro (PL-SC) expressou sua indignação na rede social X, chamando a vigilância de “perseguição política”. “Um senhor de 70 anos, com problemas de saúde, tratado como criminoso de alta periculosidade. Nem traficantes recebem monitoramento 24 horas assim”, escreveu.