• Terça-feira, 29 de abril de 2025

Crédito avançou em modalidades de maior risco no 2º semestre de 2024

Relatório do BC mostrou piora na contratação de crédito não consignado e aumento do financiamento de veículos antigos.

O crédito bancário às pessoas físicas acelerou em modalidades de maior risco e para pessoas com menor renda no 2º semestre de 2024. O BC (Banco Central) declarou que houve piora na qualidade das contratações dos empréstimos não consignado e aumento do financiamento de veículos mais antigos e com entrada menor.

A autoridade monetária divulgou nesta 3ª feira (29.abr.2025) o Relatório de Estabilidade Financeira referente ao 2º semestre de 2024. Eis a íntegra do documento (PDF – 9 MB).

O Copom (Comitê de Política Monetária) iniciou um ciclo de aumento da taxa básica, a Selic, em setembro de 2024. Naquele mês, o juro base aumentou para 10,75% ao ano. A última decisão do colegiado no ano passado elevou a taxa para 12,25% ao ano.

A Selic passou por 3 ciclos de alta ao longo dos últimos 12 anos, segundo o BC. A transmissão da política monetária envolve uma desaceleração da atividade, que é “elemento necessário para a convergência da inflação à meta”. Para o BC, o processo de aperto monetário atua na capacidade de pagamento de famílias e empresas, além de impactar a materialização do risco de crédito.

A alta dos juros também impactou as empresas de menor porte, que têm rolagem mais curta de suas dívidas.

“Na fase de aperto monetário, quanto menor o porte da empresa, mais rápida é afetada sua capacidade de pagamento, que se traduz em picos mais altos de ativos problemáticos em um intervalo menor de tempo”, disse o BC.

O relatório do BC disse que houve piora na qualidade de novas contratações de crédito não consignado no 2º semestre, com crescente participação de operações sem garantia e aceleração da carteira para tomadores de menor renda.

O Banco Central disse que houve maior volume de contratações de créditos com valores mais altos em faixas de LTV (loan-to-value) e em veículos mais antigos para pessoas físicas. As operações no 2º semestre de 2024 denotam elementos de apetite a risco.

Tanto no caso do crédito não consignado quanto no de financiamento de veículos, nota-se na margem um aumento nas taxas de juros de contratação, o que torna essas modalidades mais custosas para os tomadores e pode impactar ainda mais a capacidade de pagamento das famílias”, disse o BC.

Por: Poder360

Artigos Relacionados: