As transações correntes das contas externas do Brasil registraram deficit de US$ 4,9 bilhões em novembro. Foi o maior saldo negativo para o mês desde 2021, quando totalizou US$ 7,8 bilhões e quando o país ainda sofria o impacto dos gastos públicos com a pandemia de coronavírus. O BC (Banco Central) divulgou o resultado nesta 6ª feira (19.dez.2025). Eis a íntegra do comunicado (PDF – 301 kB).
O deficit de novembro aumentou 11,9% em relação ao mesmo período de 2024. O levantamento considera o saldo da balança comercial (exportações e importações), os serviços adquiridos por brasileiros no exterior, e a renda, como remessa de juros, lucros e dividendos para outros países. Entra na conta, por exemplo, os serviços de streaming (como Netflix, Spotify etc.) e os serviços de telecomunicações, como cloud e software.
O Banco Central disse que o aumento do deficit é explicado pelo saldo da balança comercial, que diminuiu US$ 924 milhões em relação a novembro de 2024. O deficit em renda primária aumentou em US$ 373 milhões. O saldo negativo em renda secundária subiu US$ 176 milhões. O deficit na conta de serviços recuou US$ 597 milhões.
A balança comercial teve superavit de US$ 5,1 bilhões. As exportações de bens somaram US$ 28,7 bilhões, com aumento de 2,3% em relação ao mesmo período do ano passado. As importações cresceram 7,1%, totalizando US$ 23,6 bilhões.
A conta de serviços teve um saldo negativo de US$ 4,5 bilhões. As despesas líquidas de transportes diminuíram 28,1%, para US$ 1,1 bilhão. Os gastos líquidos com viagens internacionais somaram US$ 1,2 bilhão, valor que é 20,7% acima do registrado em novembro de 2024.
O deficit em renda primária somou US$ 6,2 bilhões em novembro de 2025, ou 6,4% acima do registrado em novembro do ano passado. As despesas líquida de lucros e dividendos, associadas aos investimentos direto e em carteira, totalizaram US$ 4,8 bilhões.
O deficit em transações correntes nos 12 meses encerrados em novembro de 2025 somou US$ 77,7 bilhões, o que corresponde a 3,47% do PIB (Produto Interno Bruto). Em outubro, havia sido de US$ 77,2 bilhões, ou 3,49% do PIB. Em novembro de 2024, saldo negativo somou US$ 61,5 bilhões, ou 2,78% do PIB.
O saldo do IDP (investimento direto no país) somou US$ 9,8 bilhões em novembro, o que mais do que compensou o deficit nas contas externas do Brasil. O ingresso líquido subiu em relação ao mesmo período do ano passado, quando totalizou US$ 5,7 bilhões.
O saldo em participação no capital somou US$ 7,3 bilhões, sendo que US$ 3,5 bilhões foram em participação no capital exceto lucros reinvestidos e US$ 3,9 bilhões em lucros reinvestidos. As operações intercompanhia somaram ingressos líquidos de US$ 2,5 bilhões.
O IDP acumulado em 12 meses totalizou US$ 84,3 bilhões, o que corresponde a 3,76% do PIB no mês. Havia sido de US$ 80,2 bilhões no acumulado de 1 ano até outubro (3,62% do PIB) e US$ 71,9 bilhões em novembro de 2024 (3,25% do PIB).





