• Segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Com juro alto, CNI reduz projeção de crescimento da indústria em 2025

Além do juro alto, considerado principal obstáculo para um maior crescimento da indústria, CNI aponta três fatores para a desaceleração

A economia brasileira deve crescer 2,3% em 2025, de acordo com estimativas divulgadas nesta sexta-feira (17/10) pela . Os dados fazem parte do Informe Conjuntural do 3º trimestre, elaborado pela entidade. Apesar de ter mantido a projeção de alta do Produto Interno Bruto () do Brasil para este ano, a CNI revisou para baixo as suas estimativas em relação ao desempenho da nacional, que deve registrar uma expansão de 1,6% neste ano – foi a segunda revisão para baixo consecutiva. De acordo com a CNI, o setor industrial deve ser impactado negativamente pela desaceleração da indústria de transformação, cuja projeção de alta passou de 1,9% para apenas 0,7%. Por outro lado, a indústria extrativa deve subir 6,2% em 2025, ante uma alta de 2% estimada no último levantamento da CNI. A indústria da construção, por sua vez, teve a perspectiva de crescimento revisada para baixo, de 2,2% para 1,9% em 2025. Segundo CNI, o elevado patamar da taxa básica de juros, atualmente em 15% ao ano, prejudicou as vendas do varejo de produtos do setor e a produção de insumos típicos da construção. Leia também O que explica a desaceleração da indústria Além dos juros altos, considerado o principal obstáculo para um maior crescimento da indústria, a CNI aponta outros três fatores que explicam a redução das estimativas para o setor. “A demanda por bens industriais na economia brasileira vem diminuindo. Além disso, nós tivemos um aumento expressivo das importações. Ou seja, o mercado brasileiro não cresce e, cada vez mais, as importações dominam, inibindo a capacidade de crescimento da produção nacional. O fator mais recente são as tarifas adicionais dos EUA, principal parceiro comercial da indústria de transformação”, explica o diretor de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles. “Em agosto e setembro, as exportações desse segmento para os EUA caíram 21,4% na comparação com os mesmos meses do ano passado”, observa. Agro e serviços Segundo as estimativas da CNI, o do Brasil deve fechar o ano com uma fort alta de 8,3%, ante 7,9% da projeção anterior. A perspectiva mais favorável do agro se deve, entre outros fatores, aos bons resultados da produção agrícola. Já o teve o crescimento revisto de 1,8% para 2% em 2025, em função do mercado de trabalho mais aquecido e do aumento das despesas primárias do governo federal no 2º semestre deste ano. Inflação deve continuar perdendo força Ainda de acordo com a CNI, a no Brasil deve continuar perdendo força neste ano. A entidade projeta que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, deve ficar em 4,8%. Segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é de 3%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,5% e 4,5%. A CNI espera, portanto, que a inflação estoure o teto da meta neste ano, mas por uma margem pequena. Mesmo assim, segundo a entidade industrial, não há perspectiva de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do inicie o ciclo de corte da taxa de juros ainda neste ano. Isso significa que, para a CNI, a Selic fechará 2025 nos atuais 15% ao ano, maior patamar em quase duas décadas. “Os juros elevados vão diminuir o apetite de empresas e consumidores por crédito. Por isso, as concessões totais de crédito devem ter crescimento real de 5,5%, quase metade dos 10,7% do ano passado. Os juros altos, a perda de ritmo da indústria e o cenário externo turbulento vão impactar os investimentos, que devem registrar alta de 3%, ante os 7,3% de 2024”, aponta a CNI.
Por: Metrópoles

Artigos Relacionados: