• Quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Com a presença de 30 sobreviventes, Rússia julga atentado a casa de shows

30 sobreviventes participam do julgamento dos 19 suspeitos pelo ataque à casa de espetáculos Crocus City Hall, que deixou 149 mortos

Começou nessa segunda-feira (4/8), a portas fechadas, o julgamento dos 19 suspeitos pelo , próxima a Moscou, na Rússia, que deixou 149 mortos e 609 feridos em 2024. O processo ocorre em um tribunal militar, instalado em uma corte civil. Quatro dos réus podem ser condenados à prisão perpétua. . O advogado Igor Trunov, cuja equipe defende os interesses de 115 vítimas, informou que exigirá a pena mais severa e mais pesada para os autores diretos e seus cúmplices. Segundo ele, os quatro principais acusados, vindos do país vizinho Tajiquistão, confessaram a participação durante a investigação, mas apenas um se arrependeu de seus atos. Leia também Em 22 de março de 2024, os agressores invadiram armados a sala de concertos do imenso complexo comercial Crocus City Hall,. Eles abriram fogo contra o público e atearam fogo no local, onde cerca de 2 mil pessoas estavam reunidas. Quase metade das 149 vítimas do atentado ao Crocus City Hall morreu intoxicada pela fumaça e pelo monóxido de carbono, e não pelos disparos. A informação foi divulgada pela agência estatal russa TASS no domingo (3), com base em documentos da investigação. Nesta segunda-feira, pouco antes do início do julgamento a portas fechadas, uma jornalista da AFP relatou ter visto alguns dos réus na jaula de vidro reservada aos acusados, com as mãos algemadas atrás das costas. Cerca de 30 sobreviventes estavam presentes no tribunal. As próximas audiências estão marcadas para terça e quinta-feira desta semana. Sem provas, Rússia aponta envolvimento ucraniano Apesar de o ataque ter sido reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI) — classificado como organização terrorista na Rússia e responsável por outros atentados no país — as autoridades russas contestam essa versão. Em junho, a porta-voz do Comitê de Investigação Russo afirmou que o atentado foi planejado e executado no interesse das autoridades ucranianas, com o objetivo de desestabilizar a situação política interna. No entanto, o governo russo não apresentou provas que sustentem essa acusação. Em março, o comitê concluiu que o atentado foi “planejado e organizado pelos serviços secretos de um Estado hostil”, sem especificar de qual Estado se tratava. Kiev sempre negou categoricamente qualquer envolvimento no caso. No início do mesmo mês, a Justiça americana anunciou a prisão de Mohammad Sharifullah, um líder do EI suspeito de estar envolvido no massacre. Quinze dias antes do ataque ao Crocus City Hall por terroristas do grupo EI do Khorasan – uma ramificação regional formada por ex-integrantes do Talibã paquistanês –, Washington tinha alertado Moscou sobre um atentado iminente – apesar da animosidade entre os dois países. A doutrina do “dever de avisar” americano pressupõe o compartilhamento de informações de inteligência, mesmo que a ameaça tenha um rival como alvo. Onda de xenofobia O atentado gerou uma onda de xenofobia contra cidadãos da Ásia Central na Rússia, levando o governo a endurecer sua legislação migratória. Os quatro principais acusados são naturais do Tajiquistão, ex-república soviética localizada na região. A tragédia também reacendeu o debate sobre o restabelecimento da pena de morte no país, suspensa desde 1996. Leia mais em , parceira do Metrópoles.
Por: Metrópoles

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