A China cancelou aproximadamente 202 voos com destino ao Japão por causa do agravamento das relações diplomáticas entre os 2 países asiáticos. A decisão foi tomada de 3 a 9 de novembro –período em que as tensões se intensificaram por divergências relacionadas a Taiwan.
O Poder360 confirmou alguns dados com o Ministério das Relações Exteriores. Segundo apurou este jornal digital, foram registrados 1.189 voos entre os países na 1ª semana de novembro, o que representa 82,9% do total no mesmo período de 2019. Já em relação a outubro de 2025, o número indica uma queda de 14,5%.
Na 6ª feira (14.nov.2025), o Ministério das Relações Exteriores da China –em conjunto com embaixadas e consulados no Japão– emitiu um comunicado oficial direcionado aos cidadãos chineses que planejavam viajar para o território japonês. O aviso aconselha que turistas da China evitem estada no país vizinho.
Com isso, as companhias aéreas China Airlines, China Southern Airlines, China Eastern Airlines e Sichuan Airlines anunciaram medidas especiais para os passageiros afetados. A partir do sábado (15.nov), viajantes com voos marcados até 31 de dezembro que atendam às condições estabelecidas poderão solicitar reembolso ou alterações sem custos adicionais.
Além das tensões diplomáticas impactarem o fluxo de passageiros entre os países, as divergências entre os governos têm apresentado cada vez mais desgaste.
Tanto o primeiro-ministro chinês, Li Qiang (Partido Comunista da China, esquerda), quanto a premiê japonesa, Sanae Takaichi (Partido Liberal Democrata, direita), participarão da reunião do G20 em Joanesburgo, na África do Sul, que tem início em 22 de novembro. No entanto, a porta-voz de Pequim, Mao Ning, negou que os líderes se reunirão para tentar amenizar as diferenças diplomáticas.
A relação entre os 2 países ja é considerada historicamente frágil. O desgaste se intensificou desgastou quando a recém-eleita primeira-ministra japonesa disse que uma intervenção das Forças Armadas da China em Taiwan representaria uma situação de “crise existencial” no Japão. Segundo ela, nesse cenário, Tóquio estaria no direito de exercer uma resposta de autodefesa, ou seja, uma retaliação à China.
Para o governo chinês, a declaração foi uma grande ofensa à soberania nacional. Na 2ª feira (10.nov), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, declarou que Takaichi “causou um sério dano” às relações dos países.
Ele também disse que, na 1ª metade do século passado, o Japão “cometeu inúmeros crimes” em Taiwan enquanto exercia um domínio colonialista na ilha e que a fala da primeira-ministra configura uma afronta à ordem mundial depois da Segunda Guerra Mundial.





