O porta-voz do Escritório de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado da China, Chen Binhua, pediu que os Estados Unidos parem de interferir no que definiu como “assuntos internos” chineses e cessem o envio de “sinais equivocados” às forças separatistas na ilha de Taiwan. A declaração, dada na 4ª feira (15.out.2025), foi feita em resposta à nova Lei de Autorização de Defesa Nacional aprovada pelo Senado norte-americano.
A legislação destina US$ 1 bilhão em ajuda militar para Taiwan e cita a possibilidade de convocar a ilha para participar de exercícios militares. O governo chinês vê a medida como uma violação de sua soberania.
“A questão de Taiwan é puramente um assunto interno da China e não admite interferência externa. Nós nos opomos firmemente à inclusão de conteúdo relacionado a Taiwan em projetos de lei relevantes do Congresso dos Estados Unidos, e nos opomos firmemente a qualquer forma de contato militar entre os Estados Unidos e Taiwan”, declarou Chen.
O porta-voz respondeu a uma pergunta sobre a inclusão de 3 empresas norte-americanas na lista de entidades não confiáveis da China. Segundo Chen, as companhias se envolveram em cooperação de tecnologia militar com Taiwan, ignorando a oposição chinesa –o que prejudicaria a soberania nacional, segurança e interesses de desenvolvimento da China.
“Nós nos opomos firmemente a tais ações e responsabilizamos essas empresas de acordo com a lei”, disse.
Os governos chinês e norte-americano encontram-se em um momento de inflexão não só em relação ao domínio de Taiwan, mas também por causa de impasses comerciais. Passaram a ser cobradas, a partir da 3ª feira (14.out), taxas portuárias adicionais recíprocas sobre embarcações vinculadas ao outro país.
Além disso, o presidente norte-americano Donald Trump (Partido Republicano) anunciou uma tarifa adicional de 100% sobre produtos do país asiático em resposta a restrições de exportação de minerais de terras raras impostas por Pequim.
Mesmo com os desgastes, os EUA confirmaram que a reunião bilateral entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping (Partido Comunista da China), segue marcada para o final de outubro na Coreia do Sul.