• Domingo, 14 de dezembro de 2025

Chile volta às urnas com disputa entre “Bolsonaro chileno” e comunista

Segundo turno opõe Kast, favorito da direita, e Jara, comunista, em disputa polarizada que pode redefinir o rumo político do Chile

O realiza neste domingo (14/12) o segundo turno das eleições presidenciais, em um dos pleitos mais polarizados desde o fim da ditadura. O ultradireitista , chega à etapa final como favorito contra a candidata , que tenta reverter a vantagem aberta após o primeiro turno. As pesquisas projetam entre 55% e 60% dos votos para Kast, que transformou a pauta da segurança pública em motor de sua campanha. Jara, embora tenha liderado a votação inicial por margem estreita, enfrenta agora a consolidação de uma ampla frente de direita em torno do adversário. Segundo turno deve definir a guinada política do país A eventual vitória de Kast marcaria a maior guinada à direita desde a ditadura, com propostas como: envio de militares a bairros considerados críticos; construção de muros e trincheiras na fronteira; criação de uma força especial para deportação de migrantes irregulares. Já Jara defende aprofundar reformas sociais, fortalecer políticas públicas e enfrentar o crime organizado com foco em prevenção, inteligência policial e programas sociais. Chile volta às urnas com disputa entre “Bolsonaro chileno” e comunista - destaque galeria3 imagens Jeannette Jara, favorita nas eleições chilenas José Antonio Kast é eleito presidente do Chile
Fechar modal. MetrópolesJeannette Jara (Partido Comunista) e José Antonio Kast (Partido Republicano) durante comícios no Chile 1 de 3 Jeannette Jara (Partido Comunista) e José Antonio Kast (Partido Republicano) durante comícios no Chile Anadolu/Getty Images Jeannette Jara, favorita nas eleições chilenas 2 de 3 Jeannette Jara, favorita nas eleições chilenas Claudio Santana/Getty Images José Antonio Kast é eleito presidente do Chile
3 de 3 José Antonio Kast é eleito presidente do Chile Lucas Aguayo Araos/Getty Images   Com Kast liderando, ditadura volta ao centro da disputa No último confronto televisivo, ele defendeu avaliar reduções de penas para militares condenados por violações de direitos humanos — especialmente idosos ou doentes. A fala reacendeu memórias do período autoritário e provocou críticas de organismos de direitos humanos, além de virar um tema dominante na campanha. Aos 59 anos, Kast já admitiu ter defendido a permanência de Pinochet no plebiscito de 1988. Agora, sua candidatura é vista como a mais à direita a disputar o poder desde a redemocratização. Jara tenta buscar indecisos Jara, de 51 anos, encerrou sua campanha em Santiago reforçando o apelo ao eleitorado moderado. Ela afirma que representa estabilidade, reformas sociais responsáveis e segurança pública sem militarização. O desafio é grande: enquanto ela teve um desempenho abaixo do esperado no primeiro turno, os partidos de direita somados alcançaram 52% dos votos. Leia também A disputa após o primeiro turno Kast e Jara terminaram tecnicamente empatados na primeira etapa, com cerca de 25% cada. O cenário mudou rapidamente. O ultraconservador recebeu o apoio de nomes influentes da direita, como Johannes Kaiser e Evelyn Matthei. Já Franco Parisi, terceiro colocado e dono de um eleitorado imprevisível, pediu que seus apoiadores votassem em branco — uma incógnita para ambos os lados. O primeiro turno mostrou que o Chile se encaminha para uma disputa entre dois projetos antagônicos, com polarização em alguns temas, como segurança pública, imigração e modelo econômico. De um lado, a Jara representa o campo progressista, com o apoio do governo Boric. Do outro, Kast consolidou uma frente ampla da direita, após receber, na noite de domingo, o apoio público de Johannes Kaiser, expoente da ala mais radical, e de Evelyn Matthei, liderança da direita tradicional. Próximo presidente enfrentará Congresso dividido Seja qual for o resultado deste domingo, o novo mandatário assumirá em março de 2026 diante de um Congresso fragmentado — agora mais inclinado à direita. Isso deve limitar reformas drásticas e forçar negociações com o centro político, reduzindo a capacidade de implementar agendas radicais.
Por: Metrópoles

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