Cidadãos chilenos vão às urnas neste domingo (14.dez.2025) para escolher o presidente do país que assumirá o cargo do atual mandatário, Gabriel Boric (Frente Ampla, esquerda), em 11 de março de 2026.
O pleito se dá diante de um cenário de incerteza política e econômica no qual a ex-ministra o Trabalho Jeannette Jara (Partido Comunista), aliada de Boric, liderou o 1º turno obtendo 26,8% dos votos válidos, mas aparece atrás de José Antonio Kast (Partido Republicano) que registrou uma vantagem de 21,9 p.p. ante Jara, segundo pesquisa AtlasIntel.

A análise com base somente nos votos válidos registrou 61,9% dos votos para Kast e 38,1% para Jara. A candidata governista tem maioria dos votos –48,0%– entre jovens de 18 e 24 anos, enquanto o político da direita tem 46,3%.
A sondagem foi feita do dia 22 ao dia 27 de novembro, com a participação de 9.012 entrevistados. A margem de erro é de 1 ponto percentual para mais ou para menos e o índice de confiança é de 95%. Eis a íntegra (PDF – 3 MB).
A projeção favorável a Kast é um reflexo das dificuldades de Boric em cumprir as promessas de seu mandato, como a reforma da Constituição, que continua a mesma desde a ditadura de Augusto Pinochet (1915-2006), que governou o país de 1973 a 1990.
O país tem restrições legais quanto a publicação de levantamentos de intenção de voto. Não é permitida a publicação nos 15 dias antes da eleição.
Entenda mais sobre a política e a economia do chile para esse pleito nos links abaixo:
Jara nasceu em 1974 na comuna de Conchalí, na região metropolitana de Santiago. Ingressou na Juventude Comunista, ala jovem do Partido Comunista, aos 14 anos, e se filiou à legenda aos 25, em 1999. Formada em administração pública e direito pela Universidade de Santiago e pela Universidade Central do Chile, respectivamente, foi a 1ª pessoa de sua família a concluir o ensino superior.
Jara foi subsecretária da Previdência Social (2016-2018), durante o 2º governo de Michelle Bachelet (2014-2018), e ministra do Trabalho de 2022 a abril de 2025, no governo Boric. Nesse período, Jara viabilizou o aumento gradual do salário mínimo e a redução da jornada de trabalho de 45 para 40 horas semanais.
Os principais temas de sua campanha são:
Em seu programa de governo, a candidata planeja introduzir um salário mínimo de 750 mil pesos por mês, impulsionar empregos e elevar a exploração de lítio por meio da criação da Empresa Nacional de Lítio. Para controlar a dívida pública, Jara planeja fortalecer a arrecadação tributária e adotar medidas contra a sonegação.
Os planos para segurança envolvem modernização da polícia, construção de novas prisões, aumento da capacidade prisional, mobilização das Forças Armadas para proteger as fronteiras e suspensão do sigilo bancário para investigar transações suspeitas. Na saúde, defende o estabelecimento de um preço máximo para medicamentos essenciais e a formação de convênios entre prestadores públicos e privados.
Kast nasceu em Santiago, em uma família de imigrantes alemães, e formou-se advogado pela Universidade Católica do Chile. É candidato a presidente pela 3ª vez –tentou em 2017 e 2021. Foi deputado por 4 mandatos consecutivos, de 2002 a 2018. Em 2016, deixou o partido União Democrática Independente e, em 2019, fundou o Partido Republicano do Chile.
Ele foi um dos principais opositores à 1ª proposta de reforma da Constituição, em 2022, que foi capitaneada por partidos de esquerda. Depois, também foi contra a 2ª tentativa, mesmo com seu partido tendo sido majoritário na constituinte.
Os principais pontos de sua campanha são a segurança pública e a imigração.
Em seu programa de governo, Kast defende o combate ao crime organizado e o controle da migração para aumentar a segurança. As medidas incluem fechar as fronteiras para imigrantes sem documentação, criminalizar a migração irregular, construir muros e expandir prisões.
O político também propõe reduzir impostos para grandes e médias empresas, reformar a previdência, cortar gastos públicos e formar parcerias público-privadas para áreas de saúde, educação e moradia.





