• Sábado, 25 de outubro de 2025

Cade abre investigação contra patrocinadora do Santos por venda casada

A empresa 7Kbet ofereceu ingressos para jogo contra o Corinthians a quem depositasse ou apostasse R$ 70 em sua plataforma.

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) abriu investigação contra a 7Kbet, patrocinadora máster do Santos, por possível prática de venda casada. A empresa de apostas ofereceu ingressos para o clássico contra o Corinthians a quem depositasse ou apostasse R$ 70 em sua plataforma. É a 1ª vez que o órgão analisa práticas comerciais de uma casa de apostas no Brasil.

O Santos divulgou a promoção em suas redes sociais na última 3ª feira (14.out.2025). Os torcedores que utilizassem R$ 70 em jogos on-line ou apostas esportivas na plataforma 7Kbet receberiam uma entrada para o clássico realizado na Vila Belmiro.

A promoção pode violar a portaria 1.231 da SPA (Secretaria de Prêmios e Apostas), conhecida como portaria do Jogo Responsável. A regulamentação proíbe empresas do setor de oferecerem bônus para atrair novos usuários ou vantagens que estimulem comportamentos de apostas. A informação sobre a abertura do processo foi publicada inicialmente pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.

A 7Kbet mantém contrato de patrocínio com o Santos desde abril deste ano. O acordo de 2 anos totaliza R$ 105 milhões para o clube, com a marca ocupando o espaço mais valorizado na camisa do time.

A prática de venda casada, que condiciona a aquisição de um produto à compra de outro, é proibida pela legislação brasileira. O caso também está sob investigação do Ministério da Fazenda.

Em nota oficial, o Santos declarou que acompanha as ações do Ministério da Fazenda e se colocou à disposição das autoridades.

Eis a íntegra da nota oficial do Santos:

“O Santos FC acompanha com atenção as ações do Ministério da Fazenda, por meio do regulador do segmento de apostas de quota fixa, a Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), coloca-se à disposição das autoridades competentes e confia que tudo será devidamente esclarecido.

“O Clube destaca que se limitou a cumprir suas obrigações contratuais de contrapartidas de marketing, tais como a disponibilização de ingressos e o uso de suas redes sociais para divulgar ações de sua patrocinadora máster, conforme previsto no respectivo contrato de patrocínio.

“Contudo, essas obrigações contratuais não conferem ao Santos FC qualquer ingerência sobre o conteúdo, a forma ou a conformidade regulatória dessas ações. Não por outro motivo, este mesmo contrato estabelece que a 7K, sendo uma organização regulada pela SPA, é a única e exclusiva responsável por observar as normas aplicáveis ao seu segmento.

“Destacamos também que são comuns, na maioria das agremiações, ações de marketing nas quais o patrocinador compra quota de ingressos e a utiliza para fazer promoções para clientes já cadastrados e fidelizados à marca.

“Por fim, o Santos FC já solicitou informações à 7K e reafirma o compromisso de sua Gestão com a transparência, a integridade e a prioridade nos interesses do Clube e de seus torcedores”.

Eis a íntegra da nota da Ana Gaming, que representa a 7kBet e outras empresas de aposta:

“A Ana Gaming informa que ainda não teve ciência da instauração de qualquer fiscalização ou processo referente à ação de marketing mencionada em veículos de imprensa.

“A campanha realizada em parceria com o Santos Futebol Clube foi direcionada exclusivamente a clientes já cadastrados e fidelizados à marca, conforme previsto no programa de fidelidade e nos termos e condições da ação promocional.

“A empresa reforça seu comprometimento com a transparência, com a ética e com o cumprimento integral da legislação vigente. O grupo se mantém à disposição das autoridades competentes para quaisquer esclarecimentos que se façam necessários.”

Eis a íntegra da nota do Ministério da Fazenda:

“A ação em questão se enquadra como promoção comercial, modalidade que também é regulada, autorizada e fiscalizada pela Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda. A Portaria SPA/MF nº 1.231/2024, que trata das práticas de Jogo Responsável, veda expressamente a oferta de bônus ou vantagens que possam induzir o apostador ao jogo.

Assim, promoções dessa natureza não são permitidas no âmbito das apostas de quota fixa. A Subsecretaria de Monitoramento e Fiscalização da SPA já foi informada sobre o caso e instaurou processo de apuração por meio da Coordenação-Geral de Fiscalização de Promoções Comerciais.”

Por: Poder360

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