• Domingo, 28 de dezembro de 2025

Brigitte Bardot falou sobre morte com Rita Lee em entrevista marcante

Em 2018, Rita Lee, fã declarada de Brigitte Bardot, entrevistou a atriz francesa em um bate-papo sobre morte, legado e direito dos animais

Anos antes da morte, ficou cara a cara com a também falecida Rita Lee, que entrevistou a atriz francesa para a capa da Revista ELA, em 2018. Estrela de filmes como E Deus Criou a Mulher (1956), Brigitte morreu neste domingo (28/12), aos 91 anos. A conversa entre os ícones da arte conteceu após Bardot lançar o livro Lágrimas de Combate, em que relata o motivo de deixar o estrelato das telas para se dedicar à luta pelos direitos dos animais – pauta da qual Rita Lee também foi grande defensora no Brasil. No bate-papo, a estrela da música brasileira fez uma série de perguntas à icônica atriz francesa, desde , o que Bardot pensava da morte e como ela gostaria de ser lembrada após o falecimento. Leia também “A morte me dá medo porque ela é monstruosa, e eu só gosto do que é belo”, confessou a Rita Lee. “Mas o que ficará marcado para sempre como o mais inesquecível é o combate contra o massacre das focas, que foi uma vitória conquistada depois de 30 anos de espera”, comemorou Bardot. Em 1977, . O assunto ganhou repercussão internacional e, em 1986, ela criou a Fundação Brigitte Bardot, que se tornou referência internacional na proteção dos animais. Brigitte Bardot falou sobre morte com Rita Lee em entrevista marcante - destaque galeria13 imagens Brigitte BardotBrigitte Bardot Brigitte BardotA ativista animal em 2001Brigitte Bardot com seu cachorro para um documentárioFechar modal. MetrópolesBrigitte Bardot foi responsável por popular o biquíni, em 19561 de 13 Brigitte Bardot foi responsável por popular o biquíni, em 1956 Getty Images Brigitte Bardot2 de 13 Brigitte Bardot Getty Images Brigitte Bardot 3 de 13 Brigitte Bardot Getty Images Brigitte Bardot4 de 13 Brigitte Bardot Getty Images A ativista animal em 20015 de 13 A ativista animal em 2001 Charly Hel/Prestige/Getty Images Brigitte Bardot com seu cachorro para um documentário6 de 13 Brigitte Bardot com seu cachorro para um documentário Brigitte em 1978 em uma discussão sobre as focas na França7 de 13 Brigitte em 1978 em uma discussão sobre as focas na França Laurent MAOUS/Gamma-Rapho via Getty Images Brigitte Bardot 8 de 13 Brigitte Bardot Getty Images Brigitte Bardot em 19909 de 13 Brigitte Bardot em 1990 Foc Kan/WireImage/Getty Images Brigitte Bardot com um lobo em um ensaio de fotos10 de 13 Brigitte Bardot com um lobo em um ensaio de fotos Bernard Bisson/Sygma via Getty Images Brigitte Bardot se dedicou as causas de proteção aos animais 11 de 13 Brigitte Bardot se dedicou as causas de proteção aos animais Photo12/Universal Images Group via Getty Images Brigitte Bardot em Búzios12 de 13 Brigitte Bardot em Búzios Prefeitura de Búzios. Brigitte Bardot em 195013 de 13 Brigitte Bardot em 1950 Herbert Dorfman/Corbis via Getty Images O encontro com a atriz francesa também marcou a artista brasileira. “A primeira vez que eu a vi quando criança, já me apaixonei por ela. Ensolarada, linda, chique, elegante”, lembrou Rita Lee. “Fiquei fã. E depois com o tempo comecei a ver que ela defendia os animais. E fiquei enloquecida com ela, com o que ela fazia, os filmes dela. Ela é uma deusa e eu sou louca por ela”, contou a cantora em 2018. Relembre a entrevista Rita Lee: Você conta um pouco da sua rotina diária no livro. Diz que entende de bichos mais do que o seu veterinário! Como explica sua ligação com eles? Brigitte Bardot: É o mistério que existe entre a mãe e seus filhos. RL: O cinema foi para você o que a música foi para mim: andar sempre à beira do abismo? BB: O cinema foi uma ajuda formidável para me tornar a celebridade que hoje eu coloco a serviço dos animais. Quando fazia cinema, me dedicava profundamente a ele, assim como a tudo que realizei, a fim de ser a melhor e vencer no que me propus a fazer. RL: Por que nunca topou fazer filmes em Hollywood? BB: Porque isso nunca me agradou. RL: Você se mantém linda e digna sem recorrer a procedimentos estéticos. quando percebeu que esse seria seu caminho? BB: Eu sou uma mulher natural, aceito o que a natureza e o tempo me impõem. RL: Como entende Deus através dos animais? BB: Cada um de nós imagina Deus de uma maneira diferente: será que Ele existe? Será que Ele não existe? Mas, no meu imaginário, penso que Ele deu aos animais tudo que falta ao ser humano: uma beleza natural, uma coragem exemplar, uma dignidade extraordinária diante da morte, uma necessidade de sobreviver ao dia a dia sem fazer disso um comércio, uma fidelidade sem igual ao seu rebanho, a seus congêneres, sem precisar dividir suas terras e seus pertences. Além disso, eles são dotados de uma sabedoria diante das condições inumanas às quais nós os submetemos sem cessar. RL: No livro, você cita São Francisco, Virgem Maria (adoraria ver sua capelinha na propriedade de La Garrigue!) e Santa Brigitte… como é sua espiritualidade? faz algum ritual? acredita que o espírito continua depois da morte? BB: Nutro um amor verdadeiro por aquela que chamo de “minha Pequena Virgem”. Mandei construir para Ela uma pequena capela à qual recorro quando preciso me recolher, acompanhada de meus cachorros, de meus gatos e de todos aqueles que querem me seguir. Um porquinho me acompanhou outro dia. É um lugar selvagem e próximo do mar: deixo meu pensamento voar, medito à minha maneira, permito-me ser invadida pela calma, pelo odor selvagem, pelos sons do mar. Eu me reabasteço, então, da coragem que às vezes me falta. A morte me dá medo porque ela é monstruosa, e eu só gosto do que é belo. RL: O que acha de zoológicos? BB: Os zoológicos são prisões para inocentes. Um universo carcerário frequentemente insalubre e estreito que leva os animais à loucura, privados de espaço e de companhias. RL: Como gostaria de ser lembrada, além de a deusa mais sexy do planeta? BB: A fada dos animais.
Por: Metrópoles

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