• Sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Brasileiros testam potencial remédio de baixo custo contra Alzheimer

Estudo feito em camundongos testa eficácia de molécula barata que reduz placas de beta-amiloide com efeito direto nos sintomas do Alzheimer

Uma equipe da Universidade Federal do ABC (), em São Paulo, desenvolveu um composto químico com potencial para o tratamento do Alzheimer. O resultado abre caminho para a criação de novas terapias de baixo custo. O estudo, publicado em agosto na revista , envolveu simulações por computador, testes em células (in vitro) e experimentos em animais (in vivo) e obteve resultados promissores. A substância foi capaz de — depósitos formados por fragmentos do peptídeo amiloide que se acumulam entre os neurônios, gerando inflamação e interrompendo a comunicação entre estas células. Leia também A inovação dos pesquisadores brasileiros está no fato de o composto atuar como um quelante de cobre. Ou seja, ele se liga ao metal cobre presente em excesso nas placas de beta-amiloide e contribui para sua degradação. com Alzheimer induzido, e uma delas se destacou por sua eficácia e segurança. Nos experimentos com os roedores, o composto não apenas diminuiu a perda de memória, a dificuldade de orientação espacial e os déficits de aprendizagem, mas também reduziu marcadores de neuroinflamação e estresse oxidativo no hipocampo — região cerebral associada à memória — e restaurou o equilíbrio de cobre nessa área. Além disso, o estudo identificou que (que protege o cérebro) e não apresentou toxicidade em cultura de células ou nos animais testados. O que é o Alzheimer? O Alzheimer é uma doença que afeta o funcionamento do cérebro de forma progressiva, prejudicando a memória e outras funções cognitivas. Ainda não se sabe exatamente o que causa o problema, mas há indícios de que ele esteja ligado à genética. É o tipo mais comum de demência em pessoas idosas e, segundo o Ministério da Saúde, responde por mais da metade dos casos registrados no Brasil. O sinal mais comum no início é a perda de memória recente. Com o avanço da doença, surgem outros sintomas mais intensos, como dificuldade para lembrar de fatos antigos, confusão com horários e lugares, irritabilidade, mudanças na fala e na forma de se comunicar. Segundo a coordenadora do estudo, a professora Giselle Cerchiaro, trata-se de “uma molécula extremamente simples, segura e eficaz, com custo baixíssimo em comparação com os medicamentos disponíveis”. Segundo Cerchiaro, mesmo que a terapia funcione apenas em parte da população — dado o caráter multifatorial da doença —, já representaria um avanço significativo. Como próximo passo, e buscam parceria com empresas farmacêuticas para iniciar os testes clínicos em humanos. Com patente e parcerias industriais, o grande teste será a transição para ensaios em humanos, onde serão avaliados O Alzheimer continua sendo um dos grandes desafios da medicina atual, justamente por sua origem complexa e múltiplos fatores de risco. Por isso, estratégias que atuam sobre mecanismos centrais — como o acúmulo de peptídeo amiloide ou a regulação dos metais cerebrais — são tão valorizadas. Siga a editoria de e fique por dentro de tudo sobre o assunto!
Por: Metrópoles

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