O Brasil reinjetou 102.238 m³/dia de gás natural em setembro, o que representa 53,6% da produção total de 190.594 mil m³/dia, segundo dados divulgados pela ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Leia a íntegra (PDF – 3 MB).
A reinjeção de gás natural é uma prática utilizada para manter a pressão nos reservatórios e prolongar a vida útil dos campos. Em vez de ser queimado, como se dá no flaring, o gás é comprimido e retornado ao reservatório, contribuindo para uma produção mais eficiente de petróleo.

Em setembro, dos 190,6 milhões de m³/dia de gás natural produzidos:
A prática da reinjeção tem se intensificado desde 2015, especialmente em campos offshore da Bacia de Campos e da Bacia de Santos, onde a compressão do gás ajuda a manter a pressão natural dos reservatórios, segundo a ANP.
No Brasil, cerca de 85% do gás natural extraído é do tipo associado, ou seja, produzido juntamente com o petróleo. Isso obriga as operadoras a decidir entre comercializar o gás ou reinjetá-lo, já que sua retirada é necessária para viabilizar a produção de óleo.
Em agosto de 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou o decreto 12.153 de 2024, que dá à ANP autoridade para determinar a redução da reinjeção de gás natural nos campos produtores. A medida se aplica a novos projetos e permite à agência revisar planos de desenvolvimento de campos em operação, mesmo diante de contratos vigentes.
O objetivo é direcionar mais gás para o mercado interno, atendendo à demanda da indústria e reduzindo custos. Na ocasião, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), afirmou que o governo pretende promover um “choque de oferta de gás” no país.
A estratégia inclui ampliar o acesso da iniciativa privada à infraestrutura de escoamento e processamento de gás, atualmente dominada pela Petrobras. Espera-se, com isso, reduzir a reinjeção e aumentar a disponibilidade de gás para o mercado, com impacto na redução de preços e no crescimento da indústria nacional.
                    




