O governo ressalta que a relação bilateral é marcada por diálogo franco e visão estratégica compartilhada e defende que decisões unilaterais com impacto comercial sejam analisadas à luz do compromisso com previsibilidade, segurança jurídica e aprofundamento da integração produtiva. O governo brasileiro reiterou que seguirá engajado em diálogo construtivo com o México para preservar o ambiente de cooperação e assegurar condições favoráveis ao comércio e aos investimentos entre os dois países. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que até 15% das exportações brasileiras ao México possam ser afetadas. Para a entidade, o momento exige intensificação do diálogo bilateral.“O Brasil tem mantido contato com autoridades mexicanas para tratar dos possíveis efeitos das mudanças tarifárias”, afirma a nota conjunta.
Momento sensível
A aprovação do projeto ocorreu em caráter de urgência no Senado mexicano, por 76 votos a favor, cinco contrários e 35 abstenções. Parlamentares que se abstiveram criticaram a tramitação acelerada da proposta e apontaram risco de impacto inflacionário. A presidente do México, Claudia Sheinbaum, apoia a iniciativa e deve sancionar a lei nos próximos dias. A decisão ocorre em um momento sensível para o México, às vésperas da revisão, prevista para 2026, do acordo de livre comércio com Estados Unidos e Canadá. O presidente norte-americano, Donald Trump, tem pressionado o governo mexicano, acusando o país de servir como rota de entrada de produtos chineses nos Estados Unidos. O governo chinês criticou a medida e afirmou que o protecionismo traz prejuízos à economia global. Embora o governo mexicano afirme que a lei atinge apenas países sem acordos comerciais amplos, o Brasil mantém entendimentos setoriais com o México. Atualmente, o país é destino de 2,25% das exportações brasileiras, mas ocupa o sexto lugar entre os principais mercados de janeiro a novembro de 2025, com cerca de US$ 7 milhões exportados no período. Relacionadas
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