O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou nesta 6ª feira (18.jul.2025) que tenha intenção de deixar o país e disse que sempre guardou dólares em espécie em casa, de forma legal.
As declarações foram dadas ao deixar a sede da Polícia Federal em Brasília, depois de ser alvo de uma operação de busca e apreensão, ser obrigado a usar tornozeleira eletrônica e ser proibido de se aproximar de embaixadas por ordem do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
Moraes tomou a decisão a partir de um pedido da Procuradoria Geral da República, que afirmou haver uma “concreta” possibilidade de fuga do ex-presidente. Em 2024, o político do PL dormiu 2 dias na embaixada da Hungria, em Brasília, de 12 a 14 de fevereiro, depois de ter o passaporte apreendido pela Polícia Federal. A atitude levantou suspeitas de que poderia pedir asilo político, o que ele nega.
“Sair do Brasil é a coisa mais fácil que tem. Mas não, não conversei com ninguém sobre isso [deixar o país]. Não tive nenhuma intenção”, declarou Bolsonaro a jornalistas na saída da PF.
Durante busca e apreensão na casa do ex-presidente nesta 6ª feira (18.jul), foram encontrados US$ 14.000. Bolsonaro afirmou que tem todos os recibos das operações para adquirir a moeda estrangeira e que vai declarar os valores à Receita Federal. “Poxa, eu sempre guardei dólar em casa, pô. Tem lá o recibo do Banco do Brasil”, disse o ex-presidente.
Bolsonaro é réu em ação penal no STF (Supremo Tribunal Federal) que investiga o núcleo central na tentativa de golpe de Estado em 2022, depois que o ex-presidente perdeu as eleições para o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Eis as medidas determinadas contra o ex-presidente:
A PGR pediu a condenação do ex-presidente na 2ª feira (14.jul). Afirmou que Bolsonaro “alimentou diretamente a insatisfação e o caos social” depois de sua derrota eleitoral para Lula. Eis a íntegra (PDF – 5,4 MB).
Caso seja condenado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado, a pena pode passar de 40 anos de prisão.
Em 2023, o ex-presidente foi condenado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Ele está inelegível até 2030. Na entrevista, disse que os processos são para tirá-lo do jogo político porque aparece com vantagem em pesquisas de intenção de voto. Afirmou que em 2022, quando foi candidato à reeleição, o TSE “pesou a mão” contra ele.
“A defesa do ex-Presidente Jair Bolsonaro recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário.
“A defesa irá se manifestar oportunamente, após conhecer a decisão judicial.”
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