• Quarta-feira, 25 de junho de 2025

Ataques dos EUA atrasaram programa nuclear do Irã em "alguns meses"

Segundo relatório obtido pelo “NYT”, bombardeios não destruíram as estruturas subterrâneas.

Um relatório preliminar dos serviços de inteligência dos Estados Unidos indica que os ataques norte-americanos a 3 instalações nucleares do Irã atrasaram o programa nuclear iraniano em “apenas alguns meses”. As informações são de autoridades ouvidas sob condição de anonimato pelo jornal The New York Times.

Os ataques, realizados por aviões da Força Aérea dos EUA no sábado (21.jun.2025), selaram as entradas de 2 centros nucleares, mas não destruíram as estruturas subterrâneas. Segundo a DIA (sigla para Agência de Inteligência de Defesa), as instalações iranianas de Fordow, Natanz e Esfahan sofreram danos de moderados a severos. Natanz foi a mais atingida.

A avaliação inicial dos danos contradiz a declaração do presidente dos EUA, Donald Trump (Partido Republicano), que afirmou que as instalações nucleares do Irã foram destruídas.

O secretário de Defesa, Pete Hegseth, reiterou a fala do líder norte-americano. “Nossa campanha de bombardeio destruiu a capacidade do Irã de criar armas nucleares”, disse. Hegseth afirmou que as bombas norte-americanas “atingiram exatamente o ponto certo em cada alvo e funcionaram perfeitamente”.

O jornal norte-americano declarou que, nos bastidores, Trump tem demonstrado irritação com reportagens que questionam a eficácia dos ataques e acompanha de perto o que seus assessores e militares têm dito publicamente sobre o assunto.

Segundo o relatório, se o Irã decidir construir uma bomba, ainda pode fazê-lo relativamente rápido. Antes dos ataques, estimava-se que o país levaria cerca de 3 meses para fabricar uma bomba nuclear. Depois das ofensivas norte-americanas e israelenses, o programa nuclear do Irã foi atrasado em menos de 6 meses. Ex-militares de Israel ouvidos pelo jornal disseram que, caso o Irã tentasse desenvolver uma bomba de forma rápida, ela seria pequena e rudimentar.

Antes do ataque, agências de inteligência dos EUA concluíram que o Irã não havia tomado a decisão de fabricar uma arma nuclear, mas possuía urânio enriquecido suficiente para o fazer.

O relatório informou que o Irã transferiu, antes dos ataques, a maior parte do urânio enriquecido para locais ainda desconhecidos. Conforme o documento, pouco material foi, de fato, destruído. Há suspeitas por parte de oficiais israelenses de que os iranianos mantêm instalações secretas de enriquecimento, o que poderia permitir a continuidade do programa mesmo depois das ofensivas.

O general Dan Caine, chefe do Estado-Maior Conjunto, disse em uma entrevista a jornalistas no domingo (22.jun) que os 3 alvos “sofreram danos severos”, mas que “ainda é muito cedo” para avaliar o impacto total dos ataques no programa nuclear iraniano.

Militares norte-americanos ouvidos pelo The New York Times disseram que, para atingir com eficácia estruturas como a de Fordow, enterrada a mais de 75 metros sob uma montanha, seriam necessárias ondas sucessivas de bombardeios. No sábado (21.jun), aviões B-2 lançaram 12 bombas GBU-57 —conhecidas como “bunker busters”— sobre a instalação, criando 6 crateras visíveis, mas sem confirmação de colapso total das estruturas.

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, reagiu à divulgação do relatório. Disse que o documento “está absolutamente errado”. Ela classificou o texto como uma “suposta avaliação” e disse que sua publicação seria uma “tentativa de minar a imagem do presidente [Trump] e descredibilizar os pilotos de caça responsáveis pela missão perfeitamente executada”. Leavitt declarou: “Todos sabem o que acontece quando você lança 14 bombas de 30.000 libras perfeitamente em seus alvos: obliteração total”.

Por: Poder360

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