Americanas tem queda nas vendas e vê lucro desabar 96% no 3º trimestre
No fim de setembro de 2025, a Americanas registrava uma receita líquida de R$ 2,7 bilhões, o que correspondeu a uma queda anual de 1%
A , um dos gigantes do brasileiro, registrou uma expressiva queda em seu lucro líquido no terceiro trimestre de 2025, de acordo com dados divulgados pela companhia na noite dessa quarta-feira (12/11).
Segundo o balanço financeiro da Americanas, o no período entre julho e setembro deste ano somou R$ 367 milhões. O resultado representou um tombo de 96,4% em relação ao terceiro trimestre de 2024.
De acordo com a varejista, a forte queda no lucro é reflexo da ausência dos ganhos contábeis não recorrentes observados no terceiro trimestre do ano passado, quando a Americanas teve efeitos extraordinários ligados a dívidas de fornecedores e à recuperação judicial.
Apesar da queda no lucro, a Americanas reportou um Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 561 milhões no período, uma alta anual de 152,7%, o que indica melhora operacional.
No fim de setembro de 2025, a companhia registrava uma receita líquida de R$ 2,7 bilhões, o que correspondeu a uma queda anual de 1%.
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Vendas e lojas
O volume total de na plataforma digital da Americanas somou R$ 167 milhões no terceiro trimestre, com queda de 74,6% em relação ao mesmo período o ano passado.
Por outro lado, as vendas físicas ficaram praticamente estáveis, em R$ 3,4 bilhões. No resultado consolidado, o volume bruto de mercadorias vendidas (GMV, na sigla em inglês) recuou 11,6%, para R$ 3,7 bilhões.
Ainda segundo o balanço da Americanas, as vendas no conceito de mesmas lojas (“same store sales”, que mostra o quanto as vendas aumentaram ou diminuíram em lojas comparáveis de uma empresa) tiveram crescimento de 6,5% no terceiro trimestre.
A Americanas informou ainda que encerrou as operações de 55 unidades, das quais 33 convencionais e 22 do modelo “express”, o que representou uma queda de 2,6% da área de vendas em relação ao mesmo período do ano passado.
O que diz a Americanas
Na mensagem que acompanha o balanço da Americanas, a administração da empresa afirma que o terceiro trimestre de 2025 marcou o início de uma nova etapa da companhia, após o processo de reestruturação nos últimos dois anos.
A Americanas diz ter ampliado parcerias com fornecedores e acelerado sua oferta de serviços financeiros, o que teve influência direta sobre o crescimento das vendas nas mesmas lojas e da plataforma financeira nos primeiros nove meses de 2025.
“Estamos em outro nível de maturidade com os nossos parceiros estratégicos e de excelência operacional, o que traz ganhos de receita e produtividade”, afirmou o CEO da Americanas, Fernando Soares.
A anunciou recentemente o reforço de seus estoques e equipe, com cerca de 5 mil funcionários temporários atuando nos oito centros de distribuição e nas 1,5 mil lojas físicas espalhadas pelo país.
“A Americanas entra em um novo capítulo da sua história quase centenária, saindo da fase de reestruturação e focando em crescimento e transformação, com energia renovada, maior conexão com os nossos clientes e olhando para novas oportunidades e alavancas de crescimento”, completou Soares.
Escândalo na Americanas em 2023
No dia 11 de janeiro de 2023, a Americanas informou ao mercado que havia detectado “inconsistências contábeis” em seus balanços corporativos. Até então, o rombo era estimado em cerca de R$ 20 bilhões. Era o início do desmoronamento de uma das companhias mais tradicionais do país.
O episódio, hoje apontado como o maior escândalo corporativo da história do Brasil, deflagrou uma série de acontecimentos que levaram a Americanas à lona. Mais de 2 anos depois, a varejista ainda está longe de uma recuperação total.
Em abril de 2025, . A decisão foi tomada após a Polícia Federal (PF) indiciar os envolvidos.
Entre os denunciados pelo MPF, estão o ex-CEO da Americanas Miguel Gutierrez, além de Anna Saicali (ex-CEO da B2W) e dos ex-vice-presidentes Thimoteo Barros e Marcio Cruz.
Também fazem parte da lista os ex-diretores Carlos Padilha, João Guerra, Murilo Correa, Maria Christina Nascimento, Fabien Picavet, Raoni Fabiano, Luiz Augusto Saraiva Henriques, Jean Pierre Lessa e Santos Ferreira e Anna Christina da Silva Sotero.
Todos eles foram denunciados pelos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica e manipulação de mercado. Nove pessoas também foram denunciadas por informação privilegiada.
Os três acionistas de referência da empresa – além de Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira – não foram denunciados.
Por: Metrópoles





