Representantes da comunidade científica dos países que compõem o Brics propuseram que as nações criem uma rede de soluções climáticas, com foco em tecnologias para transição energética, e invistam em programas conjuntos de IA (inteligência artificial).
Os tópicos estão em declaração conjunta divulgada na 4ª feira (25.jun.2025) depois da realização do Fórum de Academias de Ciências do Brics, no Rio.
O documento destacou o “potencial extraordinário” do grupo no sentido de estabelecer uma nova ordem mundial “multipolar”, principalmente depois da expansão.
“No mundo fragmentado de hoje –caracterizado por barreiras comerciais, instabilidade geopolítica e desafios de degradação ambiental– fortalecer a solidariedade entre as nações é essencial para acelerar o progresso em saúde, desenvolvimento humano, prosperidade econômica, justiça social, bem-estar cultural, paz e resiliência planetária”, diz o comunicado das academias científicas.
Hoje, o Brics é composto pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (integrantes originais que dão nome ao bloco) e também por Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.
Ainda participam de discussões conjuntas como parceiros: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.
Os participantes do fórum também sugerem a criação de uma estrutura de cooperação científica para parcerias de longo prazo entre universidades, instituições de pesquisa e redes de inovação entre os países do bloco. Eles alertam que é preciso “enfrentar a lacuna significativa existente atualmente na colaboração científica e tecnológica entre o Brics”, sob risco de se perder uma “oportunidade histórica”.
“Os níveis atuais de publicações conjuntas de pesquisa e inovações revelam um potencial ainda não explorado. Sem esforços deliberados e coordenados, corremos o risco de perder oportunidades transformadoras em que a ciência (incluindo as ciências sociais e humanas) e a tecnologia poderiam enfrentar as diferenças no desenvolvimento socioeconômico, reduzir desigualdades e promover a sustentabilidade ambiental.”
O Fórum de Academias de Ciências do Brics tem edições anuais e, em 2025, foi realizado no Rio porque a capital fluminense vai sediar a Reunião de Cúpula do Brics, em 6 e 7 de julho.
Com patrocínio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e do governo federal, e apoio da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), o encontro debateu formas de fortalecer a cooperação científica no Sul Global, termo que congrega os países em desenvolvimento.
“O que a gente quer é que os governos, as instituições multilaterais e organizações da sociedade trabalhem juntos com a comunidade científica para garantir que o conhecimento, a inovação e a cooperação se tornem os pilares de um Sul global revitalizado”, afirma a presidente da Academia Brasileira de Ciências, Helena Nader.
Com informações da Agência Brasil.