O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky (Servo do Povo, centro), afirmou não ter medo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), porque a Ucrânia não representa ameaça para os EUA. A declaração foi dada em entrevista ao jornal britânico Guardian, publicada neste domingo (9.nov.2025).
“Eu não tenho medo do Trump porque ele é um homem eleito pelas pessoas. Nós devemos respeitar a escolha das pessoas dos EUA. Eu também sou um homem eleito pelas pessoas e ele precisa respeitar. Não somos ameaça para os EUA. Pelo contrário. Eu penso nos EUA como nossos parceiros estratégicos e assim seguirão sendo por muito tempo”, declarou.
Zelensky afirmou que sua relação com Trump sempre foi construtiva e profissional, não de inimizade.
“Minha relação com Trump é construtiva e profissional. Eu entendo que todo mundo tem medo do Trump [..] Mas apenas temos que ter respeito. Só se tem medo dos inimigos. Não somos inimigos da América, então porque teríamos medo deles”, afirmou.
Zelensky afirmou que o rei Charles 3, do Reino Unido, teve um “papel discreto”, mas importante, no fortalecimento da relação entre Trump e o governo ucraniano.
De acordo com o presidente, o monarca britânico enviou sinais importantes ao presidente americano durante um encontro em setembro, incentivando-o a apoiar a Ucrânia. “Sua majestade é muito sensível ao nosso povo e muito solidário”, afirmou.
Zelensky aproveitou a entrevista para reforçar pedidos de novos sistemas de defesa aérea Patriot e mais cooperação militar de países europeus. Ele afirmou entender a cautela dos líderes ocidentais, mas defendeu que o apoio precisa continuar.
“É suficiente apenas quando a guerra acabar. E quando Putin entender que precisa parar”, disse.
Apesar de Trump já ter afirmado que os EUA não se envolverão militarmente no conflito, França e Reino Unido prometeram enviar tropas como parte de um eventual acordo de paz.
Zelensky afirmou que a Rússia pode abrir novas frentes de conflito na Europa, mesmo antes de encerrar a guerra na Ucrânia. Segundo ele, o Kremlin está em situação de impasse e tenta compensar as derrotas com provocações em outros países.
“Putin precisa de um inimigo externo para unir a Rússia. Acreditar que ele vai parar na Ucrânia é um erro”, afirmou.





