O WhatsApp acusou o governo da Rússia de tentar impedir o acesso de milhões de cidadãos à comunicação segura depois que Moscou impôs limitações às chamadas no aplicativo. As restrições, que também afetam o Telegram, entraram em vigor na 4ª feira (13.ago.2025), mantendo intactas só as funções de mensagens de texto e notas de voz em ambas as plataformas.
“O WhatsApp é privado, criptografado de ponta a ponta e desafia tentativas governamentais de violar o direito das pessoas à comunicação segura, por isso a Rússia está tentando bloqueá-lo para mais de 100 milhões de russos”, disse a empresa em comunicado divulgado na noite de 4ª feira (13.ago).
O aplicativo afirmou que continuará trabalhando para manter seus serviços criptografados disponíveis no território russo. As autoridades de Moscou justificaram as medidas alegando que as plataformas estrangeiras não compartilham informações com órgãos de segurança em investigações de fraude e terrorismo.
Dados da empresa russa especializada em pesquisas de mídia e monitoramento de publicidade Mediascope mostram que o WhatsApp alcançava 97,3 milhões de pessoas na Rússia em julho de 2025, enquanto o Telegram atingia 90,8 milhões. O VK Messenger, desenvolvido pela empresa estatal VK, ocupa a 3ª posição com 17,9 milhões de usuários mensais.
A disputa entre o governo russo e empresas de tecnologia estrangeiras se intensificou depois do início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022. Desde então, Moscou bloqueou o Facebook e Instagram, reduziu a velocidade do YouTube e aplicou multas a plataformas que não se adequaram às regulamentações russas sobre conteúdo on-line e armazenamento de dados.
