José Luis Oliveira Lima, advogado do ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto, voltou a afirmar que a delação de Mauro Cid é “mentirosa“. Segundo ele, o acordo de colaboração “é viciado e desprovido de provas”. Lima falou a jornalistas na manhã desta 4ª feira (3.set.2025) ao chegar no STF (Supremo Tribunal Federal) para o 2º dia do julgamento da Ação Penal 2668, que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2022.
“Vamos atacar todos os argumentos colocados pela defesa. Todos não, porque ele colocou poucos. A prova mostra isso. As gravações mostram isso, que Mauro Cid foi coagido”, declarou o advogado. A sustentação oral da defesa Braga Netto deve ser realizada ainda hoje, conforme a ordem alfabética dos réus.
O questionamento sobre a delação de Mauro Cid tem sido o principal argumento da defesa de Braga Netto. Nas alegações finais, o advogado afirmou que a delação premiada foi obtida de forma ilícita e sem voluntariedade, sob coação da PF (Polícia Federal) e com interferência do ministro Alexandre de Moraes. Também contestou a validade de provas apresentadas, como “prints” adulterados de WhatsApp e o chamado “document dump”, o despejo de grande volume de dados desorganizados, que dificulta a análise.
“Vamos rebater todas as afirmações que o PGR fez durante a sua fala e rebater também as colocações do advogado do relator que não param em pé. De [toda a] prova produzida nessa ação penal, 80 terabytes, não há absolutamente nada de concreto contra Braga Netto”, disse Lima à imprensa.
Assista ao 2º dia de julgamento:
Assista ao 1º dia de julgamento:
A 1ª Turma do STF julga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 7 réus por tentativa de golpe de Estado. A análise do caso pode se alongar até 12 de setembro.
Integram a 1ª Turma do STF:
Bolsonaro indicou 9 advogados para defendê-lo.
Os 3 principais são Celso Villardi, Paulo Cunha Bueno e Daniel Tesser. Os demais integram os escritórios que atuam na defesa do ex-presidente.
Além de Bolsonaro, são réus:
O núcleo 1 da tentativa de golpe foi acusado pela PGR de praticar 5 crimes: organização criminosa armada e tentativas de abolição violenta do Estado democrático de Direito e de golpe de Estado, além de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Se Bolsonaro for condenado, a pena mínima é de 12 anos de prisão. A máxima pode chegar a 43 anos.
Se houver condenação, os ministros definirão a pena individualmente, considerando a participação de cada réu. As penas determinadas contra Jair Bolsonaro e os outros 7 acusados, no entanto, só serão cumpridas depois do trânsito em julgado, quando não houver mais possibilidade de recurso.
Por ser ex-presidente, se condenado em trânsito julgado, Bolsonaro deve ficar preso em uma sala especial na Papuda, presídio federal em Brasília, ou na Superintendência da PF (Polícia Federal) na capital federal.