• Sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Taiwan anuncia construção de sistema de defesa aérea "T-Dome"

Nova rede de defesa aérea complementará arsenal que inclui mísseis americanos e nacionais, em contexto de tensões com a China.

O presidente taiwanês Lai Ching-te anunciou nesta 6ª feira (10.out.2025) a construção de um sistema de defesa aérea em múltiplas camadas denominado “T-Dome” para proteger a ilha contra ameaças externas. Lai também informou que seu governo apresentará um orçamento especial para gastos militares até o final deste ano.

A iniciativa surge em contexto de crescentes tensões com a China, que considera Taiwan parte de seu território. Segundo a Reuters, o sistema complementará o atual arsenal defensivo taiwanês, que inclui mísseis Patriot fornecidos pelos Estados Unidos e mísseis Sky Bow, desenvolvidos localmente.

O aumento dos gastos com defesa tem um propósito: é uma necessidade clara para enfrentar ameaças inimigas e um motor para o desenvolvimento de nossa indústria de defesa“, disse Lai durante seu pronunciamento.

“Aceleraremos a construção do T-Dome, estabeleceremos um sistema rigoroso de defesa aérea em múltiplas camadas, com detecção avançada e interceptação eficaz, e teceremos uma rede de segurança para proteger as vidas e propriedades dos cidadãos de Taiwan”, declarou.

A Reuters havia antecipado na 5ª feira (9.out.2025) que o presidente faria este anúncio, mencionando que o projeto teria inspiração no “Domo de Ferro” de Israel, segundo uma fonte consultada pela agência.

Um alto funcionário do gabinete presidencial, que falou sob condição de anonimato, explicou: “Esperamos construir uma rede de defesa aérea mais completa, com maior taxa de interceptação”. Ele acrescentou que outros países, como os Estados Unidos, também desenvolvem sistemas semelhantes.

No mês passado, Taiwan apresentou seu mais recente míssil de defesa aérea, o Chiang-Kong, durante uma feira de armamentos em Taipé. Este míssil foi projetado para interceptar mísseis balísticos de médio alcance, com capacidade de alcançar altitudes superiores às dos Patriots americanos.

A China reagiu negativamente ao anúncio. Guo Jiakun, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, classificou Lai como “separatista” e afirmou que “buscar a independência pela força” só levaria Taiwan a um conflito. “Ele promove a falácia separatista da independência de Taiwan. Isso mais uma vez expõe sua natureza teimosa como criador de problemas, fomentador de perigo e instigador de guerra”, declarou Guo.

Pequim declarou que “unirá os compatriotas de Taiwan” contra o que considera separatismo, afirmando que a “reunificação” é o caminho para manter a paz e a estabilidade na região.

Em seu discurso, Lai também fez um apelo à paz: “Ao olharmos para a Segunda Guerra Mundial, vemos quantos sofreram com a guerra e com as dores da invasão. Devemos aprender com essas lições e garantir que as tragédias da história jamais se repitam”.

Um representante dos Estados Unidos disse que “acolhe o compromisso de Lai em aumentar os gastos com defesa e em assegurar a paz e a estabilidade”. Ele acrescentou: “Não vamos especular sobre como Pequim pode reagir. Nossa política geral é que discursos de rotina não devem ser usados como pretexto para ações coercitivas ou militares”.

Por: Poder360

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