O governo de São Paulo confirmou nesta 6ª feira (10.out.2025) que são 25 casos confirmados de intoxicação por metanol no Estado. Depois de análises clínicas e epidemiológicas, a Secretaria de Saúde descartou 37 casos –ou seja, subiu para 189 o total de casos descartados por intoxicação por metanol. Ainda há 160 sob investigação.
O número de mortes confirmadas por intoxicação por metanol permanece em 5 no Estado. A secretaria apura outras 6 mortes suspeitas de possível relação com o consumo de bebidas adulteradas com metanol.
Uma mulher foi presa na manhã desta 6ª feira (10.out) em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, por adulteração de bebidas alcoólicas. A detenção foi feita durante operação que fechou uma fábrica clandestina que distribuía produtos adulterados para estabelecimentos comerciais da região. Segundo investigações policiais, o falsificador comprava etanol de um posto que utilizava combustível adulterado com metanol.
Na 5ª feira (9.out), em São José dos Campos, um homem foi detido em flagrante por fabricar e rotular bebidas alcoólicas de forma irregular em um depósito clandestino no bairro Vila Alexandrina. Em Cajamar, outro indivíduo foi preso durante operação de busca em uma adega no bairro do Polvilho, onde os policiais encontraram cerca de 915 garrafas de bebidas destiladas com sinais de falsificação, incluindo uísque, vodca e gim.
Desde 29 de setembro, quando as investigações tiveram início, a Polícia Civil apreendeu 113 mil garrafas vazias, mais de 480 mil lacres e 20.200 garrafas contendo bebidas suspeitas. As autoridades prenderam 28 pessoas durante as operações realizadas nesse período.
O metanol, também conhecido como álcool metílico (CH₃OH), é uma substância química altamente tóxica, volátil e inflamável. Trata-se de um álcool simples, incolor, de odor semelhante ao da bebida alcoólica comum. No passado, era chamado de “álcool da madeira” por ser obtido da destilação de toras. Hoje, é produzido em escala industrial, sobretudo a partir do gás natural.
O líquido é usado como matéria-prima para a produção de formaldeído, ácido acético, resinas, solventes e tintas. Também está presente em anticongelantes, limpa-vidros e removedores de tinta. No Brasil, uma das principais aplicações é na produção de biodiesel, por meio da transesterificação.
A ingestão de 4 ml a 10 ml de metanol pode causar danos irreversíveis, como a cegueira, segundo o CFQ (Conselho Federal de Química). O conselho alerta que pequenas doses já representam uma ameaça real à vida. Estima que 30 ml de metanol puro podem ser letais.
O perigo maior da ingestão de metanol aparece nos efeitos tardios, afirma o CFQ. O metanol é metabolizado no organismo em formaldeído e ácido fórmico, este último responsável por causar acidose metabólica —um grave desequilíbrio do pH sanguíneo. Os sintomas incluem: