Os 33 soldados do Exército Nacional da Colômbia que estavam sequestrados por uma dissidência das Farc (Forças Armadas Revolucionárias Colombianas) foram libertados na noite desta 5ª feira (28.ago.2025).
Segundo a emissora Caracol, os militares haviam sido capturados no município de El Retorno, no departamento de Guaviare, região amazônica no sul do país. Delegações do governo, a Defensoria local e representantes da ONU (Organização das Nações Unidas) participaram da mediação para a libertação.
De acordo com o Exército Nacional, todos os soldados se encontram em boas condições de saúde e foram encaminhados para San José del Guaviare, capital do departamento. Seguindo os protocolos institucionais, eles receberam uma 1ª avaliação médica, hidratação e descanso. Posteriormente, irão se reencontrar com suas famílias.
Os soldados foram sequestrados na 3ª feira (26.ago), durante uma operação contra o EMC (Estado Mayor Central), uma das principais dissidências das Farc, na vereda Nueva York —comunidade rural do município de El Retorno. No mesmo local, no domingo (24.ago), um dos líderes do grupo havia sido morto em outra missão militar.
A região de selva do Guaviare é considerada reduto do EMC, que rejeitou o acordo de paz de 2016. O local funciona como corredor estratégico do narcotráfico e é conhecido por suas extensas plantações de coca, matéria-prima da cocaína. As autoridades acusam a dissidência de recrutar menores e de pressionar comunidades locais a resistirem à presença das forças estatais.
O sequestro de integrantes das Forças Armadas continua frequente no país após mais de 60 anos de conflito interno, que já deixou mais de 450 mil mortos. Em 2022, o presidente esquerdista Gustavo Petro lançou uma estratégia de paz para conter os confrontos, mas organizações de direitos humanos afirmam que os resultados têm sido limitados até agora.
O ministério também anunciou uma recompensa de 20 milhões de pesos colombianos (cerca de R$ 26.800) para obter informações sobre os responsáveis.
“Nunca toleraremos o crime. A denúncia penal está nas mãos da Justiça para que a lei seja aplicada”, declarou o ministro da Defesa, Pedro Sánchez.
Na semana passada, pelo menos 18 pessoas morreram em 2 ataques de grupos armados nas cidades de Cali e Amalfi. Os episódios foram os mais graves registrados no país na última década.
