O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a falar sobre sua possível candidatura para as eleições de 2026. Nesta 5ª feira (16.out.2025), o chefe do Palácio do Planalto criticou a falta de articulação com eleitores que não são militantes organizados – o que demonstra, na visão dele, o fracasso da esquerda na disputa parlamentar.
“Eu possivelmente serei candidato a presidente outra vez. Mas não sou candidato para mim, é para continuar defendendo políticas como bolsa-família, luz e água para todos […] Se eu decidir ser candidato, não é para disputar, é para a gente ganhar as eleições”, afirmou.
Durante discurso a militantes, o presidente apontou que o partido não consegue converter votação presidencial em vitórias para deputados e vereadores porque não disputa com “serenidade” e porque muitos candidatos se auto-impõem às legendas.
“Só dá nós para a Presidência. Ou somos campeões ou não somos campeões. Por que essa votação não reflete para deputado e vereador?” afirmou Lula, comparando o desempenho do PT nas eleições presidenciais com o fracasso nas disputas legislativas.
Lula atribuiu a queda de representantes de sua coligação no Congresso à forma como o partido escolhe seus candidatos. “Muitas vezes o partido não tem o direito de discutir quem é que vai ser candidato. As pessoas se auto-lançam candidato e impõem ao partido a sua candidatura”, disse, sugerindo que essa dinâmica enfraquece a capacidade de renovação legislativa.
A direita, segundo Lula, também aproveitou-se do domínio das redes digitais antes da esquerda, o que desmobilizou o movimento progressista: “A gente levou muito tempo para descobrir. A direita tomou conta da rede digital”.
O presidente também criticou a linguagem da esquerda, considerada distante da compreensão de milhões de pessoas que poderiam apoiá-los. “É preciso pensar um país maior. Mas um país que o povo seja capaz de compreender que país a gente está propondo para ele”, afirmou.
Lula participou da abertura do congresso comunista acompanhado de ministros e líderes partidários da base aliada. Entre eles estavam:
O evento, que vai até 19 de outubro, reúne cerca de 600 delegados e deve reconduzir Luciana Santos à presidência do PCdoB. O partido também presta homenagem às vítimas da ditadura militar, lembrando que foi uma das legendas mais perseguidas pelo regime iniciado em 1964.