O norte-americano Tucker May, marido da cineasta Bárbara Marques, afirmou em suas redes sociais na 5ª feira (16.out.2025) que a brasileira foi libertada pelo ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos).
“Estou extremamente feliz em dizer que Bárbara voltou para casa! Obrigado a todos que ofereceram palavras gentis, nos mantiveram em seus pensamentos ou ajudaram com nossas campanhas de ligações telefônicas para garantir que tivéssemos o devido processo que todos merecem por lei. Amamos todos vocês!”, escreveu May sem detalhar como a libertação foi realizada.
Bárbara, sobrinha da atriz Elisa Lucinda, foi detida pelo ICE em 16 de setembro, segundo relato de seu marido em publicação no Instagram.
May afirmou que ele e Bárbara se casaram em abril de 2025 e foram a uma entrevista do processo de pedido de residência permanente, o chamado green card, em Los Angeles, na Califórnia.
“Ao final do que nos disseram ter sido uma reunião bem-sucedida, o policial usou a desculpa de uma copiadora quebrada para induzi-la a se afastar do nosso advogado. Uma vez separada de seu advogado, ela foi presa”, declarou.
De acordo com as postagens de May e de amigos de Bárbara nas redes sociais, a brasileira chegou a ficar detida em Louisiana e no Arizona. Em 3 de outubro, a produtora e roteirista Nikki Groton divulgou que Bárbara havia sido transferida de volta para a Califórnia, local em que foi presa.
Segundo May, os agentes do ICE afirmaram a Bárbara que ela havia sido detida por faltar a uma audiência de regularização de visto em 2019, o que teria feito com que fosse emitida uma ordem de deportação. No entanto, May disse que a cineasta nunca foi notificada desta audiência.
O advogado do caso, Marcelo Gondim, declarou em entrevista à BBC Brasil que Bárbara entrou nos EUA em 2018 com um visto de turista. Segundo ele, a cineasta deu entrada no processo de extensão do período de permanência no país. “Ela não foi notificada da negativa nem da data da audiência –provavelmente porque mudou de endereço”, disse o advogado.
Gondim declarou que Bárbara não tem antecedentes criminais e que o procedimento padrão para casos como o dela é interromper o pedido do green card e dar um prazo de 30 dias para resolver a questão pendente.
O marido de Bárbara afirmou à BBC Brasil que, depois que a cineasta foi presa, ele conseguiu vê-la por uma parede de vidro e que ela estava em choque, chorando muito e com algemas nas mãos e nos pés. “Ela contou que quando foi algemada, ela se desesperou e que o agente riu da cara dela e tirou uma selfie com ela chorando”, disse May. “Não há nenhum senso de humanidade. Parece que eles sentem prazer na crueldade”, declarou.