• Terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Serasa: pedidos de recuperação judicial no Agro batem recorde no 3º tri

O número representa crescimento de 147,2% em relação aos 254 pedidos registrados no mesmo período de 2024 e reflete a piora no ambiente de crédito do setor.

O número representa crescimento de 147,2% em relação aos 254 pedidos registrados no mesmo período de 2024 e reflete a piora no ambiente de crédito do setor. São Paulo, 15 – O agronegócio brasileiro registrou 628 pedidos de recuperação judicial no terceiro trimestre de 2025, maior volume desde o início da série histórica em 2021, segundo o Índice de Recuperação Judicial do Agronegócio divulgado pela Serasa Experian. O número representa crescimento de 147,2% em relação aos 254 pedidos registrados no mesmo período de 2024 e reflete a piora no ambiente de crédito do setor, que envolve produtores rurais pessoa física e jurídica, além de empresas relacionadas ao agronegócio. “O avanço dos pedidos de recuperação judicial evidencia um período mais desafiador sobre a capacidade de produtores rurais e empresas do setor manter seus fluxos de caixa e pagamentos, em especial para aqueles que já estão há alguns anos rolando dívidas sem fazer os ajustes necessários para diminuir custos, rever patrimônio e encerrar expansões mal planejadas”, afirmou o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, em nota.
  • Clique aqui para seguir o canal do CompreRural no Whatsapp
  • Insumos biológicos: a arma silenciosa para controlar doenças foliares em soja
    Insumos biológicos: a arma silenciosa para controlar doenças foliares em soja
    No recorte geográfico, Mato Grosso liderou o número de pedidos de julho a setembro, seguido por Goiás e Paraná. A concentração nos principais Estados produtores indica que as dificuldades financeiras atingem regiões de elevada intensidade produtiva e forte dependência de crédito. Os dados foram desenvolvidos pela empresa a partir de processos registrados nos tribunais de justiça de todos os estados brasileiros. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Produtores rurais pessoa física somaram 255 pedidos de recuperação judicial no trimestre ante 106 solicitações no mesmo período de 2024. A maior parte das requisições foi realizada por produtores arrendatários ou de grupos econômicos e familiares (84), seguidos por grandes proprietários (69), pequenos produtores (58) e médios (44). O avanço indica que esse grupo, historicamente com menor participação em processos judiciais, passou a utilizar o instrumento diante de dificuldades crescentes de renegociação. Produtores rurais pessoa jurídica acumularam 242 pedidos no terceiro trimestre de 2025, também em expansão frente ao ano anterior. Nessa categoria, o maior número de solicitações foi feito por produtores que atuam com cultivo de soja (156), seguidos por criadores de bovinos (45). O crescimento simultâneo de pessoa física e jurídica evidencia pressão generalizada sobre diferentes perfis de produtores. Empresas ligadas ao agronegócio registraram 131 pedidos de recuperação judicial de julho a setembro, acima dos 56 do mesmo período de 2024. O segmento que mais buscou o recurso foi comércio atacadista de produtos agropecuários primários (31 pedidos), seguido por indústria de processamento de agroderivados como óleo e farelo de soja, açúcar, etanol e laticínios (27) e agroindústria de transformação primária (25). O movimento mostra que as dificuldades se estendem para além dos produtores, atingindo revendas, cooperativas e processadores. “Nesse cenário é importante o credor reforçar a relevância da análise de crédito com base em dados. Quanto mais precisão e profundidade na avaliação dos riscos, maior a capacidade do mercado de antecipar dificuldades, ajustar limites e evitar que situações de estresse financeiro evoluam”, disse Pimenta. Segundo ele, a inteligência de crédito permite operar com previsibilidade, reduzindo inadimplência e contribuindo para sustentabilidade de toda a cadeia produtiva.
    Por: Redação

    Artigos Relacionados: