• Quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Sensibilidade ao glúten afeta uma em cada 10 pessoas no mundo

A sensibilidade ao glúten ou ao trigo não apresenta marcadores específicos no sangue e o diagnóstico é feito por exclusão

Cerca de uma em cada 10 pessoas no mundo relata sintomas como desconforto abdominal, fadiga e dor de cabeça após consumir alimentos com glúten ou trigo, mesmo sem diagnóstico de doença celíaca ou alergia. É o que aponta uma revisão publicada na nessa terça-feira (28/10), que analisou estudos de 16 países. A condição, conhecida como sensibilidade ao glúten ou ao trigo não celíaca, ainda intriga pesquisadores. Ao contrário , ela não apresenta marcadores específicos no sangue e o diagnóstico é feito por exclusão, o que significa que a pessoa só recebe o rótulo de sensível ao glúten quando outras causas foram descartadas. Os sintomas mais frequentes relatados são inchaço, desconforto e dor abdominal, fadiga e, em menor grau, diarreia, , dor de cabeça e dores nas articulações. Em muitos casos, eles melhoram com a retirada do glúten ou do trigo da alimentação e reaparecem quando esses alimentos voltam à dieta. O estudo também mostrou que a condição é mais comum em mulheres e costuma aparecer em pessoas com ansiedade, depressão ou . Leia também Essa ligação, segundo os cientistas, reforça a hipótese de que a sensibilidade ao glúten ou ao trigo está relacionada aos chamados distúrbios da interação intestino-cérebro, um campo da neurogastroenterologia que estuda como o sistema digestivo e o cérebro se comunicam. Diferenças entre países e desafios no diagnóstico A análise reuniu dados de 49.476 participantes e revelou variações significativas na prevalência da sensibilidade. Enquanto no Chile menos de 1% da população relatou o problema, no Reino Unido esse número chegou a 23%, e na Arábia Saudita, a 36%. Cerca de quatro em cada dez pessoas que disseram ter sensibilidade ao glúten seguem uma dieta restritiva por conta própria, sem diagnóstico médico formal. Especialistas alertam que eliminar o glúten sem necessidade pode trazer deficiências nutricionais e dificultar a identificação de outras causas dos sintomas. Necessidade de critérios mais claros Os autores do estudo reconhecem que as diferenças entre os resultados podem estar ligadas a critérios diagnósticos variados e ao fato de os dados dependerem do autorrelato dos participantes. Ainda assim, defendem que a sensibilidade ao glúten ou ao trigo seja reconhecida como uma condição real, dentro do espectro dos distúrbios da interação intestino-cérebro. Eles também reforçam a importância de desenvolver métodos de diagnóstico mais objetivos e tratamentos personalizados, considerando os padrões individuais de sintomas e gatilhos alimentares que vão além do glúten. Segundo eles, isso poderia evitar restrições alimentares desnecessárias e melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas. Siga a editoria de e fique por dentro de tudo sobre o assunto!
Por: Metrópoles

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