• Quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Selic a 15% é “estratosférica” e “agrava sufoco”, diz indústria

CNI afirma que a manutenção do juro-base neste patamar é “injustificada”; FecomercioSP avalia que decisão é “necessária”.

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) disse nesta 4ª feira (17.set.2025) que a decisão unânime do BC (Banco Central) que manteve a Selic em 15% ao ano é “injustificada”. A entidade classificou a taxa básica de juros como “estratosférica” e afirmou que o patamar “agrava sufoco” do setor.

“Não existe crescimento sustentável com juros estratosféricos. Não existe inovação, reindustrialização, crédito acessível. O que existe é a paralisia nos investimentos produtivos com sequelas para toda a sociedade. Já passou do momento de uma política monetária mais favorável”, declarou o presidente da CNI, Ricardo Alban.

O empresário pede que o Copom (Comitê de Política Monetária) inicie um ciclo de cortes na próxima reunião, marcada para 4 e 5 de novembro. Leia a íntegra (PDF – 436 kB) da nota.

Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) cobrou uma “coordenação entre a política fiscal e a monetária” para haver uma queda estrutural dos juros.

“Uma política fiscal alinhada com a política monetária facilitaria o trabalho do Banco Central no controle da inflação, permitindo uma trajetória de queda dos juros nos próximos meses”, afirmou Flávio Roscoe, presidente da entidade.

Ele disse que os juros elevados impactam setores dependentes de crédito, limitando o desempenho das vendas no varejo. Afirmou que também “inibem o investimento produtivo” e “comprometem a renda das famílias endividadas”.

Roscoe fez menção ao impacto das tarifas comerciais de 50% aplicadas pelos EUA sobre produtos brasileiros. “O tarifaço exige que as empresas invistam na abertura de novos canais de comercialização, mas os juros atuais vão na contramão desse objetivo, ao encarecer as linhas de crédito e piorar a competitividade das empresas brasileiras frente às internacionais”, declarou.

Já a Apas (Associação Paulista de Supermercados) avaliou que a autoridade monetária deveria ter iniciado um ciclo de cortes do juro-base nesta 4ª feira (17.set).

“O Brasil atualmente tem uma das maiores taxas reais de juros do mundo. Não há possibilidade de crescer de modo sustentável com uma taxa de juros nesse patamar. Acreditamos que havia espaço para o ciclo de queda da Selic já ter sido iniciado nesta 4ª feira”, declarou o economista-chefe da associação, Felipe Queiroz.

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A FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) definiu a manutenção da Selic em 15% ao ano como “difícil, mas necessária”. Segundo a instituição, há uma influência da política fiscal no nível atual da taxa básica de juros.

“Embora juros altos sejam prejudiciais às atividades empresariais, o Copom só poderá reduzir a Selic com uma âncora fiscal mais sólida”, declarou.

Leia a trajetória da Selic:

Por: Poder360

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