O levantamento da Unidade de Estudos Econômicos e à Gerência de Relações Internacionais e Comércio Exterior do Sistema Fiergs (Federação da Indústria do Estado do Rio Grande do Sul) mostra que 85,7% das exportações industriais do Rio Grande do Sul para os EUA estão incluídas na tarifa de 50%.
Caso a medida estivesse em vigor em 2024, o valor sujeito à nova taxa somaria US$ 1,58 bilhão, de um total de US$ 1,85 bilhão embarcado. As 1.100 indústrias gaúchas exportadoras para os EUA representam 10% do total brasileiro.
Em 2º lugar no ranking de exposição está o Estado de Minas Gerais (63,4%), seguido por São Paulo (57,8%), Espírito Santo (53,5%) e Rio de Janeiro (32,8%). A forte exposição do Rio Grande do Sul se dá porque poucos produtos de sua pauta de exportação industrial entraram na lista de exceção publicada pela Casa Branca.
Em declaração oficial, o presidente do Sistema Fiergs, Claudio Bier, ressaltou a importância do mercado norte-americano e a necessidade de mediação.
“A importância dos Estados Unidos é gigantesca para nós. Exportamos tabaco, madeira, calçados, celulose. Essas tarifas nos atingem diretamente. Por isso, nossa posição é pela mediação para a solução do impasse comercial”, disse Bier.
Ele acrescentou que o Rio Grande do Sul tem uma dependência maior do mercado externo em comparação com a média nacional, com 18,9% do faturamento de suas indústrias vindo de exportações, ante 16,4% do país.
O impacto nos empregos também é uma grande preocupação, com o setor de calçados de couro, que emprega 31.500 trabalhadores no Estado, tendo 47,5% de suas exportações direcionadas aos Estados Unidos. Alguns setores, como o calçadista, já estão dando férias coletivas aos trabalhadores para reduzir a produção.
O estudo da federação mostra que o setor de produtos de metal é o mais dependente do mercado norte-americano entre os segmentos da indústria gaúcha, com 46% de suas exportações destinadas aos EUA.
Na sequência aparecem minerais não metálicos (44,4%), máquinas e materiais elétricos (42,5%) e madeira (30,1%). Entre os ramos industriais específicos, armas de fogo (85,9%) e transformadores (79,3%) têm a maior exposição.