O presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Ricardo Galvão (Rede), confirmou nesta 4ª feira (22.out.2025) que assumirá a vaga na Câmara deixada por Guilherme Boulos (Psol-SP). O deputado paulista, agora licenciado, foi nomeado ministro da Secretaria Geral da Presidência na 3ª feira (21.out).
Ao Poder360, Galvão disse que decidiu aceitar o mandato após conversar com Boulos e com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede). Ele teve 40.365 votos nas eleições de 2022 e é o 1° suplente de Boulos.
Galvão está à frente do CNPq desde 2023, quando foi nomeado pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovações, Luciana Santos.
Em 2019, ele foi demitido do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) após divulgação de dados que mostraram aumento de 88% no desmatamento da Amazônia em junho daquele ano em comparação com o mesmo período de 2018. Ele trabalhava no instituto desde 1970.
Na época, Bolsonaro disse que Galvão estaria “agindo a serviço de uma ONG” dentro do instituto. “Com toda a devastação que vocês nos acusam de estar fazendo e de ter feito no passado, a Amazônia já teria se extinguido”, declarou o ex-presidente na ocasião.
Ricardo Galvão é formado em engenharia de telecomunicações pela UFF (Universidade Federal Fluminense), doutor em Física de Plasmas Aplicada pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, na tradução do inglês). É professor de física na USP (Universidade de São Paulo) desde 1983.
Foi diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (de 2004 a 2011), presidente da Sociedade Brasileira de Física (2013-2016), integrante do Conselho Científico da Sociedade Europeia de Física (2013-2016) e diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (2016-2019).
Atualmente, compõe a Academia de Ciências do Estado de São Paulo e a Academia Brasileira de Ciências.
Filiado à Rede Sustentabilidade, concorreu a uma vaga como deputado federal por São Paulo em 2022 com a promessa de defesa à ciência, mas não foi eleito.
Esta reportagem foi escrita pela redatora Luisa Rany e pela estagiária de jornalismo Isabella Luciano, sob a supervisão do editor assistente Lucas Fantinatti.