A revista científica Annals of Internal Medicine negou o pedido do Secretário de Saúde dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy Jr., para retratar um estudo dinamarquês sobre segurança de vacinas com alumínio. A decisão foi comunicada na 2ª feira (11.ago.2025) pela editora-chefe do periódico, Dra. Christine Laine, à Reuters.
A pesquisa, publicada em julho, analisou dados de 1,2 milhão de crianças e não encontrou riscos adicionais à saúde infantil associados aos componentes de alumínio presentes em vacinas.
Kennedy criticou o estudo em artigo no site TrialSite News, chamando-o de “propaganda enganosa da indústria farmacêutica” e acusou os cientistas de projetarem o estudo para não encontrar danos. Com base nisso, ele exigiu a retratação imediata da pesquisa.
Enquanto isso, Kennedy, conhecido por questionar a segurança das vacinas, promove mudanças no processo federal de recomendação de imunizações desde que assumiu o cargo. Reportagens indicam que ele planeja revisar vacinas com alumínio, que segundo ele, é associado a doenças autoimunes e alergias.
O estudo recebeu financiamento do governo dinamarquês e examinou registros nacionais ao longo de mais de 20 anos. Os pesquisadores não encontraram evidências de que o alumínio nas vacinas aumente o risco de doenças autoimunes, alérgicas, atópicas ou distúrbios do neurodesenvolvimento em crianças.
Anders Peter Hviid, um dos principais autores da pesquisa e chefe do departamento epidemiológico do Statens Serum Institut, defendeu o estudo. Hviid negou que haveria falsidades e declarou que as críticas de Kennedy “não têm fundamento”.
Adam Finn, pediatra e especialista em vacinação infantil da Universidade de Bristol, no Reino Unido, avaliou o estudo como “um conjunto de dados sólido, enorme e de alta qualidade”, a melhor evidência disponível sobre segurança do alumínio em vacinas.
Um porta-voz do departamento de Saúde dos EUA informou que “não tinha mais comentários além do que o secretário disse”.
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