• Terça-feira, 12 de agosto de 2025

Revista médica mantém estudo sobre segurança de vacinas criticado por Kennedy Jr.

Publicação científica recusa solicitação do secretário de Saúde dos EUA para retratar pesquisa que analisou dados de 1,2 milhão de crianças.

A revista científica Annals of Internal Medicine negou o pedido do Secretário de Saúde dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy Jr., para retratar um estudo dinamarquês sobre segurança de vacinas com alumínio. A decisão foi comunicada na 2ª feira (11.ago.2025) pela editora-chefe do periódico, Dra. Christine Laine, à Reuters.

A pesquisa, publicada em julho, analisou dados de 1,2 milhão de crianças e não encontrou riscos adicionais à saúde infantil associados aos componentes de alumínio presentes em vacinas.

Kennedy criticou o estudo em artigo no site TrialSite News, chamando-o de “propaganda enganosa da indústria farmacêutica” e acusou os cientistas de projetarem o estudo para não encontrar danos. Com base nisso, ele exigiu a retratação imediata da pesquisa.

Enquanto isso, Kennedy, conhecido por questionar a segurança das vacinas, promove mudanças no processo federal de recomendação de imunizações desde que assumiu o cargo. Reportagens indicam que ele planeja revisar vacinas com alumínio, que segundo ele, é associado a doenças autoimunes e alergias.

O estudo recebeu financiamento do governo dinamarquês e examinou registros nacionais ao longo de mais de 20 anos. Os pesquisadores não encontraram evidências de que o alumínio nas vacinas aumente o risco de doenças autoimunes, alérgicas, atópicas ou distúrbios do neurodesenvolvimento em crianças.

Anders Peter Hviid, um dos principais autores da pesquisa e chefe do departamento epidemiológico do Statens Serum Institut, defendeu o estudo. Hviid negou que haveria falsidades e declarou que as críticas de Kennedy “não têm fundamento”.

Adam Finn, pediatra e especialista em vacinação infantil da Universidade de Bristol, no Reino Unido, avaliou o estudo como “um conjunto de dados sólido, enorme e de alta qualidade”, a melhor evidência disponível sobre segurança do alumínio em vacinas.

Um porta-voz do departamento de Saúde dos EUA informou que “não tinha mais comentários além do que o secretário disse”.

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Por: Poder360

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