Conversão de pastagens em lavouras pode valer R$ 900 bilhões, diz Itaú BBA“Não temos nem a chance de trazer essas pessoas para treinar e conseguir dar uma vida melhor, porque elas estão presas no programa”, disse Faria à Folha. Críticas ao modelo trabalhista e dependência do auxílio Além do Bolsa Família, o Rei do Ovo apontou a rejeição crescente ao modelo tradicional de emprego como outro desafio enfrentado por empregadores. Segundo ele, os jovens não querem mais vínculo empregatício formal nem uma rotina de trabalho com horário fixo. “Os jovens não querem mais ter essa relação trabalhista formal, uma carteira assinada, e ter que ir todo dia para o mesmo lugar. Aqui tem o Estado tutelando tudo”, afirmou. Faria, que já declarou apoio a políticos liberais e candidatos de direita como Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, defendeu uma ampla desburocratização da economia e criticou a insegurança jurídica provocada pela atuação do Judiciário, mesmo após reformas aprovadas pelo Legislativo. Faria é contrário à proposta de aumento de impostos para milionários no Brasil e diz que já transferiu sua residência fiscal para fora do país. Segundo ele, o Brasil criou uma cultura de premiar o pequeno e punir quem quer crescer. “É mais um custo de financiamento de um absurdo. Faz dois anos que eu não faço financiamento no Brasil. Vou ficar mais uns cinco. Há 15 dias não tinha essa cobrança do IOF”, disse ao jornal. “A discussão tem que ser, na minha visão, sobre como vamos reduzir o custo da máquina, porque ninguém mais está a fim é de arcar com essa carga tributária.” Ele completou ainda: “O país está ficando para atrás. E não é o governo A, B ou C. Esquece Lula e Bolsonaro. Não quero entrar nisso. Estamos engessando, burocratizando muito o processo. Deixa esse processo mais livre que o mercado vai regular”, desabafou Rei do Ovo, que fez no passado doações para campanhas de direita, como do ex-presidente Jair Bolsonaro. Comparação com o exterior e mudança de domicílio fiscal Durante a entrevista de quatro horas à Folha de S.Paulo, Faria comparou o ambiente de negócios brasileiro com o de países como Estados Unidos e nações europeias. Para ele, empreender no Brasil é como “remar rio acima com cobra e jacaré”, enquanto, nos EUA, tudo seria mais ágil e descomplicado. “Nos Estados Unidos, é esse mesmo rio morro abaixo. Tudo é fácil. Quer montar uma empresa? Demora duas horas. Quer contratar, chega na rua e contrata a pessoa.” Faria também explicou que transferiu sua residência fiscal para o Uruguai, alegando que a carga tributária no Brasil é proibitiva e que o Estado pune quem tenta crescer. “Aqui no Brasil, o Estado tem um problema e aumenta o imposto. Lá fora, a empresa reduz custos”, comparou. Reações e contexto da fala do Rei do Ovo A fala de Ricardo Faria, o Rei do Ovo, ocorre em um momento em que o governo federal busca fortalecer programas sociais como o Bolsa Família e discute, no Congresso, mudanças na tributação para pessoas de alta renda. As declarações do empresário devem repercutir entre parlamentares, sindicatos e organizações da sociedade civil ligadas à defesa dos direitos sociais e à inclusão produtiva. Apesar de ter dito que não quer se envolver na polarização entre Lula e Bolsonaro, Faria reforçou seu posicionamento liberal e voltou a dizer que o Brasil “ficou para trás” devido à burocracia, à alta carga de impostos e à instabilidade institucional. “Estamos engessando, burocratizando muito o processo. Deixa esse processo mais livre que o mercado vai regular”, concluiu o “Rei do Ovo”.
“Rei do ovo” diz que contratar no Brasil é um “desastre”: “Viciados no Bolsa Família”
Empresário Ricardo Faria, dono da Global Eggs, afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo que programa social do governo federal - Bolsa Família - incentiva o desemprego e desestimula a formalização do trabalho
Empresário Ricardo Faria, dono da Global Eggs, afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo que programa social do governo federal – Bolsa Família – incentiva o desemprego e desestimula a formalização do trabalho O empresário Ricardo Faria, conhecido como o “Rei do Ovo”, voltou a polemizar ao criticar duramente o ambiente de negócios no Brasil e, especialmente, o programa Bolsa Família. Em entrevista publicada neste domingo (15) pelo jornal Folha de S.Paulo, o bilionário afirmou que “as pessoas estão viciadas no Bolsa Família” e que contratar funcionários no país se tornou um “desastre”. Faria é fundador e presidente da Global Eggs, grupo com sede em Luxemburgo e que atua em diferentes continentes — no Brasil, por meio da Granja Faria; na Espanha, com o Hevo Group; e nos Estados Unidos, com a Hillandale Farms. Segundo ele, o programa de transferência de renda do governo federal está entre os maiores entraves para o desenvolvimento do país. Clique aqui para seguir o canal do CompreRural no Whatsapp
Por: Redação