O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) apresentou recurso ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) solicitando a revisão do habeas corpus concedido ao prefeito de São Bernardo do Campo, Marcelo Lima (Podemos-SP). O documento foi protocolado na 6ª feira (31.out.2025) e pede o restabelecimento da medida que afastou Lima do cargo por suspeita de envolvimento em esquema de desvio de recursos públicos.
O recurso busca anular a decisão do ministro Reynaldo Soares da Fonseca, da 5ª Turma do STJ, que em 10 de outubro permitiu o retorno de Lima à prefeitura. O político havia sido afastado por um ano em 14 de agosto, após a deflagração da Operação Estafeta da PF (Polícia Federal), que desmantelou uma organização criminosa que desviava recursos de contratos municipais.
A investigação teve início quando a PF (Polícia Federal) encontrou aproximadamente R$ 14 milhões na residência de Paulo Iran Paulino Costa, então assessor na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo). Ele é apontado como possível operador financeiro do prefeito.
Costa teve sua prisão preventiva decretada em 14 de agosto, e está foragido desde então. O STJ manteve o pedido em 16 de outubro ao negar um pedido de habeas corpus da defesa.
A Operação Estafeta foi realizada em 5 municípios: São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, Mauá e Diadema. Durante as diligências, foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão e medidas de quebra de sigilos bancário e fiscal.
As investigações da PF identificaram que os contratos entre as empresas envolvidas no esquema e a administração municipal, entre 2018 e 2025, resultaram em aproximadamente R$ 41 milhões em desvios. O esquema envolvia diversas empresas que ainda mantêm contratos com a Prefeitura de São Bernardo do Campo e a Fundação ABC, abrangendo serviços de engenharia e outros setores.
Ainda não há informações sobre quando o STJ julgará o recurso apresentado pelo MP-SP. Durante o período em que esteve afastado, a vice-prefeita Jessica Cormick, do Avante, assumiu a administração municipal. Cormick tem 38 anos, é sargento da Polícia Militar e está em seu 1º mandato eletivo.
Ao Poder360, a defesa do prefeito afirmou que acredita na Justiça e que já foi reconhecida a “desnecessidade de qualquer medida cautelar em relação ao prefeito, que tem colaborado e prestado as informações necessárias ao esclarecimento dos fatos“.





