A presidente do STM (Superior Tribunal Militar), ministra Maria Elizabeth Rocha, afirmou nesta 3ª feira (4.nov.2025) que as críticas do ministro Carlos Augusto Amaral Oliveira tiveram “tom misógino”. A presidente da Corte foi criticada pelo colega por ter pedido desculpas pelos erros e omissões da Justiça durante a ditadura. A fala de Maria Elizabeth foi feita em ato ecumênico pelos 50 anos do assassinato de Vladimir Herzog, em São Paulo. Assista abaixo.
Em sessão do tribunal no dia 30 de outubro, sem a presença da presidente, o tenente-brigadeiro Carlos Augusto, integrante do STM pela Força Armada Brasileira, criticou a manifestação da ministra e sugeriu que ela “precisa estudar um pouco mais” sobre a história da Corte.
Em sua fala no evento em homenagem a Herzog, a presidente do STM citou Paulo Ribeiro Bastos, Rubens Paiva, Miriam Leitão, José Dirceu, Aldo Arantes, José Genoino, Paulo Vannuchi e João Vicente Goulart. O ministro disse que a declaração da presidente “nada agrega pela superficialidade e abordagem política em um evento que entendia ser um ato ecumênico”.
Maria Elizabeth aproveitou o início da sessão desta 4ª feira para rebater as críticas. “A agressão desrespeitosa não atinge apenas esta magistrada, atinge a magistratura feminina como um todo, a quem devo respeito e proteção”, declarou.
A ministra também afirmou que o pedido de perdão foi um ato de responsabilidade pública, “inscrito na melhor tradição das instituições que reconhecem falhas históricas, para que não se repitam”.
“A divergência de ideias é legítima. O que não é legítimo é o tom misógino, travestido de conselho paternalista sobre estudar um pouco mais a história da instituição, adotado pelo interlocutor. Uma instituição que integro há quase duas décadas e bem conheço”, disse a presidente do STM.
A ministra também rebateu a alegação de que o ato teria viés ideológico. “Cumpre-me esclarecer que o gesto de pedir perdão não revisou o passado com intuito de humilhação, nem, tampouco, revestiu-se de ato político-partidário”.
Logo em seguida, Carlos Augusto voltou a dizer que não permitiria que Maria Elizabeth falasse em nome dele, enquanto integrante do tribunal. “Nem quero”, respondeu a ministra.
Assista ao pedido de desculpas de Maria Elizabeth Rocha (3min13s):





