• Quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Picanha tem preço alto, mas relação de troca com salário mínimo melhora; veja comparativo

Mesmo com valorização da carne bovina acima da inflação, poder de compra do consumidor dá sinais de melhora em 2025; Picanha tem preço alto, mas relação de troca com salário mínimo melhora

Mesmo com valorização da carne bovina acima da inflação, poder de compra do consumidor dá sinais de melhora em 2025 Apesar de o preço da picanha continuar elevado nos açougues e supermercados, a relação de troca entre o quilo do corte nobre e o salário mínimo mostra sinais de recuperação neste ano. De acordo com levantamento da Scot Consultoria, até setembro de 2025, o poder de compra do brasileiro ainda está melhor do que nos três anos anteriores, mesmo com leve piora em relação a 2024. A análise reflete não apenas a variação dos preços da carne bovina, mas também o reajuste do salário mínimo nacional, que passou para R$ 1.518 em 2025. Essa combinação tem permitido que o consumidor volte a comprar maior volume de picanha com o mesmo rendimento mensal, ainda que o produto continue sendo considerado um item de valor alto na cesta de proteínas.
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    Carne bovina sobe mais que a inflação, mas consumo se mantém Dados do IBGE mostram que o preço da carne bovina subiu 22,17% em 12 meses, uma variação quatro vezes superior à inflação acumulada no mesmo período. Ainda assim, o brasileiro não abre mão da carne vermelha. Segundo a consultoria Worldpanel by Numerator, 93% dos lares consumiram carne bovina no primeiro trimestre de 2025 — um crescimento de 9% em relação a 2024. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});A diretora de contas da empresa, Daniela Jakobovski, explica que, mesmo com a alta nos preços, o consumo permanece porque o produto é culturalmente essencial na dieta nacional. “O brasileiro pode reduzir a quantidade, mas não deixa de comprar carne. O frango lidera em penetração, mas a bovina continua sendo a favorita”, destaca. Comparativo: quanto de picanha cabe no salário mínimo? Com base no salário mínimo de R$ 1.518 e considerando preços médios do quilo da picanha em torno de R$ 70, é possível adquirir aproximadamente 21,7 kg do corte com um salário mensal em 2025.
    Nos anos anteriores, a relação foi menos favorável: Com base no salário mínimo de R$ 1.518 e considerando preços médios do quilo da picanha em torno de R$ 70, é possível adquirir aproximadamente 21,7 kg do corte com um salário mensal em 2025.Nos anos anteriores, a relação foi menos favorável: AnoSalário Mínimo (R$)Preço Médio do Kg da Picanha (R$)Quantidade Comprada (kg)20221.21285,0014,2520231.30280,0016,2720241.32068,0019,4120251.51870,0021,68 📊 Mesmo com o reajuste de preços em 2025, o aumento do salário mínimo compensou parte da alta, resultando em melhor poder de compra frente a anos críticos, como 2022 e 2023. Picanha tem preço alto, mas relação de troca com salário mínimo melhora Estratégias do consumidor O comportamento do consumidor revela adaptações para equilibrar o orçamento. Segundo Jakobovski, as famílias reduzem o volume comprado por ida ao açougue, sem necessariamente diminuir a frequência. Além disso, há substituição de cortes ao longo do mês:
  • Início do mês: cortes mais nobres (picanha, alcatra, filé)
  • Meio do mês: carne moída com marca
  • Fim do mês: cortes mais baratos e sem marca
  • Em Belo Horizonte, por exemplo, levantamento do Mercado Mineiro mostra que o quilo da picanha varia de R$ 65 a R$ 95, enquanto cortes mais acessíveis, como acém e músculo, ficam entre R$ 35 e R$ 45. Picanha segue símbolo cultural e econômico Além de ser um dos cortes mais valorizados do mercado, a picanha é símbolo do churrasco brasileiro e reflete o comportamento de consumo do país. Mesmo em períodos de inflação elevada, a carne vermelha continua sendo uma prioridade para a maioria dos consumidores, que preferem reduzir gastos em outros produtos a abrir mão do tradicional corte. Especialistas apontam que essa resiliência do consumo reforça o peso da carne bovina na cultura alimentar do Brasil — e explica por que o setor continua entre os mais estratégicos da economia, movimentando bilhões e gerando empregos. Apesar de a picanha continuar com preço alto, a relação de troca com o salário mínimo melhorou em 2025. O brasileiro, por sua vez, segue fiel à carne bovina, adaptando hábitos, mas mantendo o corte nobre no cardápio — um reflexo tanto da tradição cultural quanto da melhora gradual no poder de compra. Compre Rural com informações da Scot Consultoria e IBGE
    Por: Redação

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