• Terça-feira, 29 de abril de 2025

PF afasta procurador-geral do INSS em operação contra corrupção

Antônio Ribeiro foi nomeado em 2020 no INSS, durante o governo Bolsonaro, e redesignado em 2023, na gestão Lula.

O procurador-geral do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, foi afastado do cargo nesta 4ª feira (23.abr.2025), após operação da PF (Polícia Federal). São investigados os desvios de R$ 6,3 bilhões em aposentadorias entre 2019 e 2024.

Segundo a corporação, foram cumpridos 211 mandados judiciais de busca e apreensão e 6 mandados de prisão temporária.

Antônio Ribeiro foi nomeado para a função em 2020, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Seguiu no cargo até 2022, quando passou a atuar com consultor jurídico do Ministério do Trabalho e Previdência. Foi redesignado à procuradoria geral do INSS em setembro de 2023, já na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A nomeação do cargo de procurador-geral do INSS é realizada pelo advogado-geral da União, chefe da AGU (Advocacia-Geral da União). Em 2020, o ministro responsável pela ação foi André Mendonça, atual ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), indicado por Bolsonaro.

Além do procurador-geral, outros 4 funcionários da organização e um policial federal também foram afastados de seus cargos nesta 4ª feira. São eles:

A investigação segue em segredo de justiça.

Os mandados de prisão, busca e apressão foram realizados pela PF no Distrito Federal e em 13 Estados: Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe.

Em nota, a PF disse que a investigação identificou a existência de irregularidades relacionadas aos descontos de mensalidades associativas aplicados sobre os benefícios previdenciários, principalmente aposentadorias e pensões, concedidos pelo INSS.

Os crimes em investigação são:

O Poder360 procurou o INSS por meio de e-mail para perguntar se gostaria de se manifestar a respeito do caso. Não houve resposta até a publicação desta reportagem. O texto será atualizado caso uma manifestação seja enviada a este jornal digital.

Mais cedo, às 6h30, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e o ministro da CGU (Controladoria Geral da União), Vinícius de Carvalho, se reuniram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio da Alvorada para explicar a operação e as medidas adotadas.

Eis algumas informações esclarecidas pelo governo:

O governo determinou a suspensão dos Acordos de Cooperação Técnica das entidades associadas ao INSS e, consequentemente, dos descontos feitos nas folhas de pagamentos de aposentados e pensionistas.

De acordo com o governo, 11 entidades associadas eram alvo de medidas judiciais no em que o acordo com o INSS foi firmado. São elas:

Segundo o governo, os aposentados e pensionistas do INSS que identificarem desconto indevido de mensalidade associativa no extrato de pagamentos (contracheque) podem pedir a exclusão do débito de forma automática pelo aplicativo ou site “Meu INSS”.

Leia mais:

Por: Poder360

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