• Sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Penha e Alemão viraram "QG nacional do Comando Vermelho", diz secretário

Secretário diz que complexos do Rio de Janeiro concentram decisões da facção e abrigam líderes de 8 Estados.

O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Victor Santos, afirmou nesta 6ª feira (31.out.2025) que os complexos da Penha e do Alemão deixaram de ser apenas bases regionais e se tornaram o “quartel-general nacional do Comando Vermelho”. Segundo ele, é desses locais que partem as ordens e diretrizes da facção para todo o país. A declaração foi feita durante entrevista a jornalistas sobre o balanço da operação Contenção, que prendeu 113 pessoas e resultou na morte de 117 criminosos.

“Os complexos da Penha e do Alemão passaram a ser o QG do Comando Vermelho em nível nacional. É de lá que partem todas as ordens, decisões e diretrizes da facção para os outros Estados onde o grupo atua”, disse Santos. “As investigações e os dados de inteligência comprovam que nesses complexos são realizados treinamentos de tiro, tática de guerrilha e manuseio de armamento, além da formação de criminosos vindos de fora do Estado”, completou.

O secretário detalhou que entre os presos e mortos na operação estavam chefes do tráfico de diferentes Estados:

Segundo Santos, pelo menos 1/3 dos presos na operação eram de outros Estados. “Isso confirma o que alertamos há 5 anos: o Rio virou base operacional para o crime organizado nacional”, afirmou.

O secretário relembrou que, em 2020, ainda como subsecretário operacional da Polícia Civil, havia alertado em relatórios oficiais que as restrições impostas às operações policiais favoreceriam o fortalecimento das facções.

“Nós alertamos que as limitações às operações resultariam no aumento das disputas territoriais e na transformação das favelas em bases do crime organizado. Hoje vemos a constatação disso”, disse.

De acordo com ele, o Rio passou a “exportar o modelo criminoso” do Comando Vermelho. “Criminosos vêm de fora, são treinados aqui e retornam aos seus Estados para replicar a cultura da facção. É o que estamos vendo hoje na Bahia, no Ceará, no Amazonas, no Pará e em outras regiões”, afirmou.

Santos comparou o fenômeno à expansão do tráfico durante a época das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). “Assim como as UPPs espalharam o tráfico dentro do Rio — para a Baixada, interior e Costa Verde —, as restrições às operações agora espalharam o tráfico para o país inteiro. É uma metástase do crime”, declarou.

Por: Poder360

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