Pedido de recuperação judicial da FMU é aceito pela Justiça de SP
Em nota, a FMU afirma que o processo de recuperação judicial "não acarretará nenhuma mudança no funcionamento diário"
apresentado pela (Faculdades Metropolitanas Unidas) foi aceito pela Justiça de São Paulo na última sexta-feira (14/3).
A instituição de ensino busca a renegociação de dívidas que ultrapassam R$ 116 milhões.
Inicialmente, o montante de dívidas divulgado era de R$ 130 milhões.
O que é recuperação judicial
A é um processo que permite às organizações renegociarem suas dívidas, evitando o encerramento das atividades, demissões ou falta de pagamento aos funcionários.
Por meio desse instrumento, as empresas ficam desobrigadas de pagar aos credores por algum tempo, mas têm de apresentar um plano para acertar as contas e seguir em operação.
Em linhas gerais, a recuperação judicial é uma tentativa de evitar a falência.
O que dizem a FMU e o juiz
De acordo com a FMU, a recuperação judicial é uma medida necessária para “viabilizar seu soerguimento”.
Em nota, a faculdade afirma que o processo “não acarretará nenhuma mudança no funcionamento diário” nem “impactará os 60 mil alunos matriculados em cursos presenciais, semipresenciais e on-line”.
De acordo com o juiz Marcelo Stabel de Carvalho, da, os documentos apresentados pela FMU “comprovam que a requerente preenche os requisitos legais para requerimento da recuperação judicial”.
O levou a FMU à recuperação judicial
, o pedido de recuperação judicial não causará nenhum impacto ou mudanças na rotina de aulas da universidade, assim como nos investimentos do grupo.
Pelo menos por enquanto, segundo a FMU, não haverá demissões ou cancelamento de projetos.
No pedido apresentado à Justiça, a instituição explica que sofreu com os impactos da pandemia de Covid, com investimentos que tiveram de ser feitos para viabilizar as aulas a distância.
Desde 2021, segundo a FMU, houve ainda restrições ao Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (), além de desistências e elevado índice de inadimplência.
Apesar do cenário adverso, a instituição de ensino afirma que tomou providências, pelo menos desde 2023, para equacionar as dívidas e reequilibrar sua situação financeira.
“Graças a esses ajustes operacionais, a FMU projeta uma melhora substancial em sua margem Ebitda [lucro antes de impostos, tributos, depreciações e amortizações] ajustada ao longo de 2025, estimada em 21,5%”, diz a empresa no pedido de recuperação judicial.
Mais sobre a FMU
Apesar do momento delicado, a FMU registrou um faturamento líquido de R$ 318 milhões em 2024. A instituição de ensino conta, atualmente, com 1,1 mil funcionários diretos e outros 2 mil indiretos.
Desde 2020, a FMU pertence ao fundo de investimento Farallon, que assumiu o controle da empresa como parte do acordo de compra da Laureate (grupo norte-americano que adquiriu a faculdade em 2013) pela Ânima Educação.
“Os fatos narrados pela requerente, em conjunto com os documentos por ela acostados, são suficientes para demonstração da crise econômico-financeira e da relevância do procedimento recuperacional para a manutenção da atividade”, anotou o magistrado.
A Justiça de São Paulo nomeou a Alvarez & Marsal como administradora judicial do caso.
A empresa tem um prazo de 10 dias para fazer o levantamento sobre a situação contábil da FMU e, a partir daí, deve apresentar ao Judiciário relatórios mensais a respeito do processo.
Por: Metrópoles