O Conselho Deliberativo do São Paulo analisa a proposta orçamentária para 2026, que projeta deficit de janeiro a novembro e superavit de R$ 37,9 milhões apenas em dezembro. A votação teve início na noite de 4ª feira (17.dez.2025), mas foi interrompida após tentativa de invasão por torcedores. O processo será finalizado na noite desta 5ª feira (18.dez).
O documento apresentado pela gestão de Julio Casares projeta que o resultado positivo no último mês do ano virá principalmente de negociações de atletas, que representam aproximadamente 40% da estimativa de receita, além de premiações do Campeonato Brasileiro. A receita com transferências de jogadores, no entanto, seria menor do que a registrada em 2025.
Desconsiderados os valores provenientes da venda de jogadores, o orçamento projeta deficit anual de R$ 126 milhões. Nesse cenário, o clube operaria com deficit recorrente médio de R$ 10,5 milhões mensais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O futebol profissional aparece como único setor com redução de gastos (5%). É a área mais dispendiosa do clube. As demais áreas apresentam aumento de despesas em comparação a 2025.
Um item que chama atenção no planejamento é a festa junina, que espera receita de R$ 480 mil e gastos de R$ 3,5 milhões, resultando em deficit de quase R$ 3 milhões.
O orçamento contempla também aumento para as categorias de base. Em 2 anos, o investimento cresceria quase 50%, passando de R$ 40 milhões em 2024 para R$ 59 milhões em 2026.
Para operar com 11 meses no vermelho, o clube planeja captar R$ 270 milhões em novos empréstimos ou via FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios), fundo que amortiza dívidas com instituições financeiras.
A proposta enfrenta forte oposição dentro do conselho. O grupo Legião, liderado pelo ex-diretor de futebol Carlos Belmonte, liberou o voto para seus conselheiros. Já o grupo Salve o Tricolor Paulista, que tem 41 conselheiros, votou integralmente contra a proposta.
A proximidade das eleições no clube e recentes escândalos, como a crise no departamento médico e um suposto esquema de venda ilegal de ingressos em um camarote do MorumBis, contribuem para o clima tenso na votação.
