A Assembleia Geral das Nações Unidas votou nesta sexta-feira para permitir que o presidente palestino, Mahmoud Abbas, discurse na reunião anual de líderes mundiais na próxima semana por meio de vídeo, depois que os EUA disseram que não lhe dariam um visto para viajar a Nova York.
A resolução recebeu 145 votos a favor e cinco votos contra, enquanto seis países se abstiveram. A resolução também permite que Abbas e qualquer outra autoridade palestina de alto nível participem de reuniões ou conferências da ONU por vídeo durante o próximo ano, caso sejam impedidos de viajar para os Estados Unidos.
Os EUA disseram no mês passado que Abbas e cerca de 80 outros palestinos seriam afetados por sua decisão de negar e revogar os vistos de membros da Organização para a Libertação da Palestina e da Autoridade Palestina sediada na Cisjordânia.
"A oposição dos EUA a essa resolução não deveria ser uma surpresa", disse o diplomata norte-americano Jonathan Shrier antes da votação. "O governo Trump foi claro: devemos responsabilizar a OLP e a Autoridade Palestina por não cumprirem seus compromissos com os Acordos de Oslo, alguns deles muito básicos, e por minar as perspectivas de paz."
De acordo com um "acordo de sede" da ONU de 1947, os EUA em geral são obrigados a permitir o acesso de diplomatas estrangeiros à ONU em Nova York. No entanto, Washington afirmou que pode negar vistos por motivos de segurança, extremismo e política externa.
Abbas também terá permissão para aparecer por vídeo em uma cúpula da ONU na segunda-feira -- convocada pela França e pela Arábia Saudita -- que busca reunir apoio para uma solução de dois Estados. Espera-se que vários países reconheçam formalmente um Estado palestino na reunião.
A Assembleia Geral de 193 membros concordou nesta sexta-feira -- por consenso, sem votação -- que o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, o governante de facto do reino, poderia aparecer por vídeo na reunião de segunda-feira.
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