• Segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Netanyahu pede perdão em julgamento de corrupção que já dura anos

Premiê alega que processo atrapalha capacidade de governar

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu neste domingo ao presidente do país um perdão em seu longo processo de corrupção, argumentando que os processos criminais estão prejudicando sua capacidade de governar e que um perdão seria bom para Israel. Netanyahu nega as acusações de suborno, fraude e quebra de confiança. Seus advogados disseram em uma carta ao gabinete do presidente que o primeiro-ministro ainda acredita que os procedimentos legais resultarão em uma absolvição completa. "Meus advogados enviaram um pedido de perdão hoje ao presidente do país. Espero que qualquer pessoa que deseje o bem do país apoie essa medida", disse Netanyahu em uma breve declaração em vídeo divulgada por seu partido político, o Likud. Nem o primeiro-ministro, que está sendo julgado há cinco anos, nem seus advogados admitiram qualquer culpa. O líder da oposição, Yair Lapid, disse que Netanyahu não deveria ser perdoado sem admitir a culpa, expressar remorso e se aposentar imediatamente da vida política. Em Israel, os perdões costumam ser concedidos somente após a conclusão dos processos judiciais e a condenação do acusado. Os advogados de Netanyahu argumentaram que o presidente pode intervir quando o interesse público está em jogo, como nesse caso, com o objetivo de curar as divisões e fortalecer a unidade nacional. O gabinete do presidente Isaac Herzog descreveu a solicitação como "extraordinária" com "implicações significativas". O presidente "avaliará a solicitação de forma responsável e sincera" após receber opiniões relevantes, disse seu gabinete. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escreveu a Herzog neste mês pedindo-lhe que considerasse a possibilidade de conceder um perdão ao primeiro-ministro, dizendo que o caso contra ele é "uma acusação política e injustificada". O gabinete de Herzog disse que o pedido será encaminhado ao departamento de perdões do Ministério da Justiça, como é a prática padrão, para coletar opiniões, que serão submetidas ao assessor jurídico do presidente, que formulará uma recomendação a ele. O ministro da Justiça de Israel, Yariv Levin, é membro do partido Likud de Netanyahu e um aliado próximo do primeiro-ministro. * Reportagem adicional de Steven Scheer e Menna Alaa El-Din
Por: Redação

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