• Sábado, 25 de outubro de 2025

Na Malásia, Lula dá recados a Trump antes de possível encontro

Brasileiro afirmou que "andar de cabeça erguida" é mais importante que Prêmio Nobel, em referência à honraria almejada pelo estadunidense

Kuala Lampur – O presidente deu uma série de recados ao presidente dos Estados Unidos, , inclusive criticando indiretamente atitudes do republicano. O brasileiro discursou durante de Estado ao primeiro-ministro da Malásia, Anwar bin Ibrahim, que começou na manhã deste sábado (25/10), noite de sexta-feira (24/10) no horário de Brasília. Enquanto Lula discursava, Trump estava embarcando para a Malásia e . “Eu acredito que vamos nos encontrar de novo, nos encontramos na [Assembleia Geral das] Nações Unidas, brevemente”, afirmou em áudio divulgado pela Casa Branca. Questionado por jornalistas se poderia diminuir o tarifaço imposto a produtos brasileiros, o presidente dos EUA indicou que sim, a depender das “circunstâncias”. Ao discursar, Lula disse: “Para um governante, andar de cabeça erguida é mais importante que um . Para um governante, cuidar das pessoas mais humildes é quase que uma obrigação bíblica. É um mandamento de Deus. Porque é para isso que a gente vem para governar”. A mensagem foi entendida como um recado a Trump, que a honraria deste ano.  O petista ainda reclamou da duração da guerra da Ucrânia e do “massacre” na Palestina. “Isso acontece porque as instituições multilaterais, criadas para tentar evitar que essas coisas acontecessem, pararam de existir. Hoje, o Conselho de Segurança da ONU e a não funcionam mais. Todas as guerras acontecidas nos últimos tempos foram guerras determinadas por gente que faz parte do Conselho de Segurança da ONU. E que não consultou, e que não aprovou em nenhum fórum”. Lula também deu um recado sobre a postura dos EUA, que impôs o tarifaço ao Brasil, mas também uma série de sobretaxas à Europa e à Ásia. “Eu vim dizer ao primeiro-ministro Anwar Ibrahim que temos possibilidade de mudar o mundo. De fazer com que as coisas sejam melhores, de fazer com que o humanismo não seja derrotado pelos algoritmos. De dizer ao mundo que o mundo precisa de paz e não de guerra. De dizer ao mundo que nós precisamos de livre comércio e não de protecionismo”, comentou. Asean A visita de Lula à Malásia acontece na esteira da 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). O encontro com Trump é esperado para o domingo (26/10). O Planalto e a Casa Branca têm procurado essa agenda para iniciar de fato as negociações sobre o tarifaço imposto por Washington a produtos brasileiros. Leia também Enquanto isso, o governo Lula tem tentado expandir os mercados, inclusive para escoar a produção de setores afetados pela sobretaxa estadunidense. Como mostrou o Metrópoles, há uma extensa agenda para possíveis acordos nas áreas de tecnologia, mineração, pecuária, aviação e até ambiental, que podem mudar o panorama comercial brasileiro na região. Foram fechados acordos de cooperação no âmbito do Ministério da Ciência e Tecnologia, do Ministério da Agricultura, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Ministério de Relações Exteriores.  O primeiro-ministro Anwar bin Ibrahim elogiou o Brasil pelo investimento em tecnologia, e também o apoiou na defesa da Palestina. O primeiro-ministro da Malásia elogiou Lula pela sua “articulação política externa” e pelos posicionamentos contra as “atrocidades e o genocídio em Gaza”. Citou a atuação do Planalto para enfrentamento “dos problemas de mudança climática”, inclusive mencionando a realização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30) na Amazônia. “Isso demonstra seu comprometimento para enfrentar problemas que afetam as pessoas do Brasil, para expandir políticas seguras para a comunidade internacional”, disse Ibrahim sobre Lula. O malaio ainda indicou que discutiu com o presidente brasileiro investimento em energia, comércio e também apoio à Petronas, empresa estatal da Malásia de petróleo e gás.
Por: Metrópoles

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