• Quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Mortes por câncer superam vítimas diretas do 11 de Setembro

Dados indicam 3.767 óbitos pela doença relacionados à exposição a substâncias tóxicas, número maior que as 2.977 mortes no dia do atentado.

Dados do WTC (World Trade Center) revelam que 3.767 pessoas morreram com diagnóstico confirmado de câncer entre sobreviventes e socorristas dos atentados de 2001. Nesta 5ª feira (11.set.2025), completam-se 24 anos do ataque que vitimou 2.977 pessoas no dia do evento, número agora superado pelas mortes por câncer relacionadas à exposição a substâncias tóxicas. Eis a íntegra do relatório (PDF – 3 MB).

O levantamento indica que 48.579 pessoas entre sobreviventes e socorristas receberam diagnóstico de algum tipo de câncer vinculado à exposição a agentes tóxicos liberados durante e após os ataques.

Eis quais foram os tipos mais frequentes de câncer:

A origem dessas doenças está ligada à exposição às nuvens tóxicas formadas após o desabamento das Torres Gêmeas. Os CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA identificaram partículas de amianto, sílica e metais pesados que permaneceram no ar em Manhattan e no Brooklyn por semanas após os ataques.

O desenvolvimento dessas doenças ocorre porque as nuvens tóxicas continham centenas de substâncias cancerígenas. O Programa de Saúde do WTC lista mais de 350 elementos reconhecidos como “agentes do 11 de Setembro”, liberados não apenas no momento do impacto, mas também nos meses seguintes.

Os incêndios nos escombros permaneceram ativos até dezembro de 2001, liberando gases tóxicos até 2002. Muitas das doenças diagnosticadas têm longo período de latência, manifestando-se apenas anos ou décadas após a exposição inicial.

Cerca de 400 mil pessoas foram expostas em diferentes níveis aos contaminantes. Entre os afetados estão socorristas, trabalhadores da área, estudantes e moradores das regiões próximas ao WTC, que respiraram e tiveram contato com resíduos tóxicos diariamente durante o período.

A contaminação afetou não apenas a área imediata do WTC, mas se espalhou por bairros vizinhos em Manhattan e Brooklyn, onde as nuvens de poeira e fumaça se concentraram após o colapso das torres.

O Programa de Saúde do WTC atende atualmente 132 mil pessoas. Desse total, mais de 8.200 inscritos já faleceram. Além dos casos de câncer, 17.093 pacientes foram diagnosticados com TEPT (transtorno de estresse pós-traumático).

Segundo a NBC, 64% dos inscritos no programa apresentam pelo menos uma condição médica ligada ao 11 de Setembro.

Sem a aprovação de novos recursos, o programa poderá suspender novas inscrições ou reduzir serviços para os atuais beneficiários a partir de 2028. Existem projetos no Congresso norte-americano para estender o financiamento até 2090, mas até o momento não há garantias de aprovação.

Em abril de 2025, 16 funcionários do programa foram demitidos como parte de uma reestruturação do governo de Donald Trump (Partido Republicano), causando atrasos nos atendimentos. Consultas que antes eram marcadas em semanas agora podem demorar meses.

O médico Steven Markowitz, da Queens College, disse ao jornal New York Post que “essa população está envelhecendo, então o número de diagnósticos vai continuar subindo”.
O enfermeiro Todd Cleckley expressou preocupação com os cortes no programa: “Esses cortes vão atrasar diagnósticos e custar vidas”.

O advogado Michael Barasch, que representa vítimas do 11 de Setembro, classificou a situação como “crueldade burocrática”, ao comentar sobre a incerteza que seus clientes enfrentam quanto à continuidade de tratamentos como quimioterapia e cirurgias.

Por: Poder360

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