O ministro do Supremo Tribunal Federal () Alexandre de Moraes afirmou, nesta quarta-feira (20/8), Moraes declarou acreditar que o presidente norte-americano, Donald Trump, recuará diante de pressões internas e da atuação diplomática brasileira.
Em entrevista à Reuters, o magistrado afirmou estar aguardando o republicano revogar as sanções impostas.
“É plenamente possível uma impugnação judicial (nos Estados Unidos), e até agora não encontrei nenhum professor ou advogado brasileiro ou norte-americano que ache que a Justiça não iria reverter. Mas, nesse momento, eu aguardo — e foi uma opção minha — aguardar a questão diplomática do Brasil e Estados Unidos”, declarou Moraes.
O ministro brasileiro tornou-se alvo direto das medidas norte-americanas, após endurecer restrições contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), investigado por um suposto plano de golpe em 2022.
Leia também
Trump, que apelidou o processo de “”, retaliou com a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e com sanções financeiras pessoais contra Moraes, provocando apreensão no sistema bancário do país.
Na mesma entrevista à Reuters,
Apesar do impacto político e econômico, Moraes declarou que prefere aguardar a via diplomática antes de acionar a Justiça norte-americana.
Alexandre tornou-se uma das figuras mais proeminentes do STF nos últimos anos, liderando julgamentos que barraram a candidatura de Bolsonaro, determinaram prisões em massa de manifestantes golpistas e enfrentaram empresas de tecnologia, incluindo Elon Musk, por descumprimento de ordens judiciais.
Entenda a Lei Magnitsky
No fim de julho,
O nome do magistrado consta no sistema do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros, que administra e aplica programas de sanções, e também no site do Departamento de Tesouro. A lei é usada para punir estrangeiros.
Criada em 2012, no governo de Barack Obama, a Lei Magnitsky autoriza os Estados Unidos a aplicar sanções contra estrangeiros envolvidos em corrupção ou em graves violações de direitos humanos.
A legislação leva o nome de Sergei Magnitsky, advogado russo que denunciou um esquema de corrupção em seu país e morreu em 2009, aos 37 anos, em uma prisão de Moscou. Inicialmente, o dispositivo foi criado para responsabilizar os envolvidos em sua morte.

6 imagens





Fechar modal.

![]()
1 de 6 Rosinei Coutinho/STF
![]()
2 de 6 via Getty Images
![]()
3 de 6 O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes Reprodução
![]()
4 de 6 Trump aplicou sanções da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes Arte sobre foto Anna Moneymaker/Getty Images e Igo Estrela/Metrópoles
![]()
5 de 6 Donald Trump, presidente dos Estados Unidos Chip Somodevilla/Getty Images
![]()
6 de 6 Rosinei Coutinho/STF
Influência de Eduardo Bolsonaro
Segundo Moraes, as sanções foram estimuladas por aliados do ex-presidente, entre eles o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que mantém agenda política em Washington.
Alexandre destacou que a divulgação de informações corretas às autoridades norte-americanas será suficiente para reverter as medidas.
“Acredito que o próprio poder executivo dos EUA, o presidente, as reverterá”, afirmou.
O magistrado também apontou resistência dentro da administração Trump à adoção das sanções. De acordo com ele, setores do Departamento de Estado e do Tesouro demonstraram relutância.