• Quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Ministro do TCU se declara impedido em caso sobre sala VIP do TST

Walton Alencar havia sido sorteado relator, mas alegou conflito de interesse por ser irmão de Douglas Alencar, do TST.

O ministro Walton Alencar, do TCU (Tribunal de Contas da União), declarou-se impedido de relatar o processo que apura a construção de uma sala VIP no Aeroporto Internacional de Brasília destinada aos ministros do TST (Tribunal Superior do Trabalho).

Alencar é irmão do ministro Douglas Alencar Rodrigues, do TST, o que poderia causar um possível conflito de interesse e levantaria dúvidas sobre sua imparcialidade para julgar o caso de forma imparcial.

O TST fechou um contrato, em abril de 2025, com a administradora do aeroporto de Brasília para que os seus 27 ministros tenham acesso a uma sala VIP , assim como os do STF e do STJ. A negociação foi revelada pela Folha de S.Paulo e confirmada por este jornal digital.

A estimativa é que a obra de adaptação do espaço para receber os ministros seja concluída até agosto de 2025, com custo de R$ 85.000. O contrato não inclui mobiliário e, segundo o tribunal, os móveis que serão utilizados na sala VIP são do próprio TST.

Veja o projeto de como a sala deve ser:

Ao Poder360 o TST justificou que, “a decisão [de oferecer serviços VIP aos ministros] decorre da necessidade de minimizar riscos à segurança em áreas de circulação pública do terminal, tendo em vista a rotina de deslocamentos aéreos dos ministros para atividades judicantes e correcionais em todo o país”.

A assessoria do tribunal editou uma explicação anterior que havia dado ao jornal Folha de S.Paulo na nota enviada ao Poder360. No texto enviado ao veículo paulista, o TST afirmava o seguinte para justificar a sala VIP: “A forma como eram realizados os embarques e desembarques aéreos das autoridades propiciava a aproximação de indivíduos mal-intencionados ou inconvenientes, o que aumentava significativamente os riscos evitáveis para essas autoridades”. Na nota enviada a este jornal digital, desapareceu a locução aproximação de indivíduos mal-intencionados ou inconvenientes”.

O STF informou, por meio de nota, que o ambiente que seus ministros dispõem no Aeroporto de Brasília não é uma sala VIP, mas uma sala com “apoio de segurança” com contrato de aluguel de R$ 35.000 mensais. 

“O Supremo Tribunal Federal não tem sala VIP para os ministros no aeroporto, mas sim uma sala de apoio de segurança. O valor do contrato de aluguel é estimado em R$ 35 mil mensais, e o local é utilizado apenas como passagem dos ministros. Nenhum serviço é oferecido e não há fornecimento de comida ou bebida”

Assim como o TST, a Corte afirma que a sala é essencial para a segurança das autoridades e que a sala já existia antes do contrato, por isso “não houve contrato relativo à construção nem procedimentos licitatórios para a edificação da referida”.

Este jornal digital também procurou, por e-mail, as assessorias do STJ.  Não houve resposta até o momento. O espaço segue aberto para manifestação.

O TST, o STF (Supremo Tribunal Federal) e o STJ (Superior Tribunal de Justiça) gastam por ano R$ 1.671.238,83 para que seus 71 ministros tenham acesso a salas VIPs exclusivas no Aeroporto Internacional de Brasília. Os valores são referentes à soma dos contratos dos tribunais com a concessionária Inframerica.

Eis o valor anual do contrato de cada Corte:

Com esse valor, os ministros podem desfrutar de algumas regalias ao embarcar da capital federal para qualquer destino do país.

Eis alguns exemplos:

Além desses serviços, fornecidos pela Inframerica nos contratos mencionados, os tribunais ainda gastam valores extras com aluguel de sala para uso exclusivo; fornecimento de cartões de estacionamento; rateio de custos com água e energia elétrica; e credenciamento e treinamento de segurança operacional.

Por: Poder360

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