Milhares de israelenses realizaram manifestações em diversas cidades do país exigindo o fim da guerra em Gaza e a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas. Os protestos foram realizados neste domingo (17.ago.2025), organizados por grupos que representam familiares dos cativos.
O Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos declarou greve nacional, que resultou no fechamento parcial de escolas, empresas e na redução dos serviços de transporte público em diversas localidades.
Os manifestantes expressaram preocupação com a segurança dos aproximadamente 50 reféns que ainda estariam em Gaza, dos quais cerca de 20 são considerados vivos.
Segundo reportagem da Al Jazeera, a polícia israelense informou que 32 pessoas foram detidas durante os protestos, considerados entre os mais intensos desde setembro de 2024, quando 6 reféns foram encontrados mortos em Gaza.
“Vamos fechar o país hoje com um chamado claro: Tragam de volta os 50 reféns, acabem com a guerra”, afirmou o Fórum de Famílias, que prometeu intensificar sua campanha com uma tenda de protesto próxima à fronteira com Gaza.
De acordo com a CNN, foram registrados protestos do lado de fora das residências de ministros israelenses, em frente a quartéis generais e em rodovias importantes, com bloqueio de pistas.
As manifestações acontecem dias depois de o gabinete de segurança israelense aprovar planos para avançar militarmente sobre a Cidade de Gaza. Durante os atos, manifestantes entoaram: “Não vencemos uma guerra sobre os corpos dos reféns”.
Em Tel Aviv, na chamada “Praça dos Reféns”, o ex-refém Arbel Yehoud declarou, segundo a Al Jazeera: “A pressão militar não traz os reféns de volta –apenas os mata. A única maneira de trazê-los de volta é através de um acordo, todos de uma vez, sem jogos”.
Os protestos ocorreram em várias localidades, incluindo Tel Aviv, Jerusalém e áreas próximas à fronteira com Gaza. Em Beeri, um kibutz severamente atingido durante o ataque do Hamas em outubro de 2023, atos também foram registrados.
O governo israelense está dividido quanto aos protestos. O presidente Isaac Herzog manifestou apoio ao retorno dos reféns, mas pediu pressão internacional sobre o Hamas em vez da interrupção da guerra.
O ministro das Finanças Bezalel Smotrich denunciou as manifestações como “uma campanha perversa e prejudicial que joga nas mãos do Hamas”, enquanto o ministro da Cultura, Miki Zohar, afirmou que bloquear estradas “é um erro grave e uma recompensa ao inimigo”.
O ataque do Hamas em outubro de 2023 resultou na morte de cerca de 1.200 pessoas. Desde então, mais de 61.000 palestinos foram mortos na ofensiva israelense, a maioria mulheres e crianças. Diversos grupos de direitos humanos classificam a campanha como “genocídio”.