O presidente argentino, Javier Milei (La Libertad Avanza, direita), classificou a relação do Mercosul com a União Europeia como prova da “lentidão” do bloco. A fala se deu durante o discurso do presidente na sessão plenária da 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Bloco.
Referenciando acordo entre os blocos econômicos, Milei disse que “depois de décadas de negociações, não conseguimos finalizar um acordo comercial”. Para o presidente, os países “não têm mais 10 anos a perder com discussões administrativas”.
“O tempo que levamos para chegar a esses acordos não responde aos desafios que temos pela frente e não responde às necessidades econômicas de nossas nações. O tempo da oportunidade econômica é sempre breve e não pode ficar subordinado à eternidade da burocracia e da política”, afirmou durante seu discurso.
Para o presidente, o bloco não cumpre os objetivos que se propôs ao ser formado.
“O Mercosul nasceu com uma missão clara de promover o comércio, aumentar a prosperidade, integrar mercados e elevar a competitividade e nenhum desses objetivos centrais se cumpriram”, disse o presidente. “Não há mercado comum, não há livre circulação efetiva, não há coordenação macroeconômica, não há harmonização normativa real, não há incremento significativo do comércio interno, não há abertura suficiente para o mundo”, completou.
Milei aproveitou a ocasião para questionar a operação interna do Mercosul. Segundo ele, o bloco enfrenta “uma grande burocracia excessiva e ineficaz que se expandiu descontroladamente”.
Para ele, o comércio “está hoje muito abaixo de seus níveis históricos”, enquanto as tarifas externas do Mercosul estão “entre as mais altas do mundo”.
Na 4ª feira (17.dez.2025), o Parlamento Europeu anunciou que havia concluído as negociações informais para proteger agricultores da UE do aumento excessivo de produtos do Mercosul, o que criou uma expectativa de que o acordo pudesse ser assinado na cúpula deste sábado (20.dez.2025).
Contudo, na 5ª feira (18.dez.2025), a presidente da União Europeia, Ursula von der Leyen, comunicou aos líderes dos 27 países da UE o adiamento da assinatura do acordo para janeiro de 2026. As negociações entre os blocos se estendem desde 1999.





