• Segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

Mercadante recebe vaias ao elogiar governo Lula em evento do Rodoanel

Presidente do BNDES foi vaiado durante cerimônia de entrega do primeiro trecho da obra em Arujá, na Grande São Paulo.

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, foi vaiado ao elogiar a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a cerimônia de entrega do 1º trecho do Rodoanel Norte, segundo informações do jornal O Estado de S.Paulo. O evento foi realizado nesta 2ª feira (22.dez.2025), em Arujá, na Grande São Paulo, com a participação do governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Durante seu discurso, Mercadante afirmou que as obras criaram empregos para trabalhadores que estavam com a carteira de trabalho “pegando poeira dentro da gaveta” e passou a destacar indicadores econômicos do governo federal, momento em que foi vaiado pelos presentes. Diante dos trabalhadores, o presidente do BNDES citou a menor taxa de desemprego da história, a valorização do salário mínimo, a menor inflação dos últimos 3 anos e a melhor renda per capita. “Brigar com os fatos não resolve”, afirmou.

O ex-ministro também defendeu a cooperação entre os diferentes níveis de governo. “Se a gente não trabalhar em parceria, o País não avança na velocidade que deveria avançar”, disse. Segundo ele, o presidente Lula “não olha quem é o governador, olha o Estado e trabalha junto para a população melhorar”.

O trecho inaugurado tem 24 km de extensão, ligando o km 129 ao km 153, e conecta as rodovias Fernão Dias e Presidente Dutra, além de integrar o Rodoanel Norte ao trecho Leste, na altura da Rodovia Ayrton Senna. A liberação para o tráfego está programada para a 3ª feira (23.dez).

As obras do Rodoanel Norte foram retomadas em 2023, depois de a Via Appia vencer o leilão de concessão. Pelo contrato, a concessionária administrará a rodovia por 31 anos e investirá R$ 2 bilhões para concluir os trechos restantes.

O 2º trecho do Rodoanel Norte tem projeção de entrega para o 2º semestre de 2026. O BNDES investiu R$ 1,3 bilhão na construção do trecho norte, cerca de 1/3 do valor total do projeto, que deveria ter sido concluído em 2016, mas enfrentou sucessivos atrasos. Tarcísio defendeu a importância da instituição financeira federal. “O BNDES tem sido fundamental no financiamento das grandes obras”, afirmou durante seu pronunciamento.

A cerimônia contou também com a presença do vice-governador paulista Felício Ramuth (PSD), do presidente da Assembleia Legislativa, André do Prado (PL), e do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB).

Tarcísio e Mercadante trocaram críticas durante a cerimônia de inauguração. Durante seu discurso, Mercadante criticou a ausência do nome do banco nas placas oficiais da obra. “Essa placa tá muito bonita, mas tá faltando o BNDES aqui. É crédito do BNDES e temos de reconhecer a parceria para poder fazer mais coisas juntas no futuro”, declarou.

Mercadante voltou a defender uma relação mais harmoniosa entre os diferentes níveis de governo. “É preciso recuperar a relação republicana”, afirmou.

Em resposta, Tarcísio reconheceu a participação do BNDES no projeto e destacou o caráter técnico da instituição. No entanto, atribuiu os atrasos da obra aos desdobramentos da Operação Lava Jato. “Essa obra era para ter ficado pronta em 2016. Mas enfrentamos aqui a Operação Lava Jato, daqueles governos que se acostumaram a viver na corrupção”, afirmou.

A concessão da Rodovia Presidente Dutra também criou divergências entre os 2. Ao mencionar que o governo federal transformará a Dutra na rodovia mais moderna do país, com iluminação em LED, Mercadante não citou que a concessão foi definida quando Tarcísio era ministro da Infraestrutura no governo anterior. O governador fez questão de lembrar o fato, o que provocou reações da plateia, que entoou gritos de “mito, mito, mito”, em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Tarcísio afirmou ainda que o governo paulista seguirá focado na criação de empregos e citou outros projetos em andamento no Estado, como as linhas 6-Laranja e 17-Ouro do metrô, que classificou como “obras do impossível”.

Por: Poder360

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